A adesão de Mauro Carlesse ao consórcio dos governos estaduais para a aquisição de vacina e o anúncio ontem de que o governo vai adquirir um milhão de vacinas (com recursos próprios) é relevante.

Primeiro, Mauro Carlesse não foi na conversa fiada de depender apenas do programa do governo federal. Ele até ensaiou uma adesão à panaceia de Jair Bolsonaro mas agora decidiu-se por também comprar vacina sem abrir mão do Ministério da Saúde.

O governo vai comprar com recursos próprios (como anunciou o governador) esse milhão de imunizantes. E aí uma explicação lógica que justifique (e se dê crédito) a poupança do Executivo em 2020 e 2021, num sistema em reter recursos não a melhor estratégia dado que governos não são bancos e recursos públicos não são privados.

Especialmente num ano (2020) onde aplicou em investimentos apenas R$ 304 milhões (liquido) quando tinha uma previsão de R$ 1,433 bilhões. De outro modo, o governo teria aplicado em investimentos apenas 21% do previsto. Ou:2,7% do orçamento realizado. Uma aceleração que vinha desde os governos falidos herdados por Mauro Carlesse.

Financeiramente, o um milhão de vacinas deve corresponder a R$ 58,5 milhões (a Coronavac custa US$ 10,30). Valor menor que o um milhão de cestas básicas que o governo diz ter distribuído no Estado (compra ao preço de R$ 62,50), na ordem de R$ 62,5 milhões.

O governo fechou 2020 com um superávit de R$ 696,4 milhões (subtraindo as despesas liquidadas). Se considerarmos apenas as despesas pagas, o saldo positivo foi de R$ 1,162 bilhão entre receitas e despesas. Isto gerou uma disponibilidade de caixa líquida de R$ 374 milhões.

Já em 2021, o governo arrecadou de janeiro a março (receitas totais), o valor de R$ 2,691 bilhões contra despesas totais (liquidadas) de R$ 2,150 bilhões. Ou seja, um saldo de receitas de R$ 541 milhões.

Isto aí é um desempenho superior ao de 2020 quando de janeiro a março o governo teve receitas totais de R$ 2,408 bilhões e despesas totais liquidadas de R$ 2,186 bilhões. Um saldo positivo de R$ 222 milhões.

De forma que o governo tem dinheiro em caixa não só para 1 milhão de vacinas (a população é 1,572 milhão e já recebeu 270 mil imunizantes do MS). Mas para todos os moradores e implantar as UTIs necessários aos pacientes do Covid-19.

E aí a importância da poupança.

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