Encerra-se no próximo sábado o aviso prévio dos médicos ao governo. Correm risco de paralisar de vez hospitais de Porto Nacional, Palmas, Paraíso, Miracema e Gurupi.

O governo não conseguiu entabular uma conversação com os médicos sobre as escalas de plantões. Os médicos tiveram alteradas sua carga horária e não recebem os plantões de forma adequada.

São poucas as dúvidas sobre os direitos de médicos, governo e população. O cidadão precisa do atendimento pelo qual paga com os impostos, o governo é obrigado constitucionalmente a disponibilizá-lo e o médico é um profissional prestador de serviço que vende sua mão de obra.

Pelo colocado, o governo recebe o dinheiro do contribuinte, promete dar-lhe o atendimento obrigatório, mas quer que o médico, o prestador do serviço, o realize sem a devida remuneração. Ou seja: fica com a grana e terceiriza a obrigação.

Mas não são só os plantões: os médicos também são obrigados a participar de comissões legais na Saúde. São atividades necessárias ao governo e que demandam horários e responsabilidade técnica dos profissionais. De outro modo: o governo quer que trabalhem além das escalas e não lhe paga o adequado proporcional ao trabalho que desenvolvem.

Depois de sábado, pode ser dado fundo ao caos na saúde. E a Justiça não poderá obrigar os profissionais e trabalhar para o governo. Ainda mais como escravos: sem receber.

Tudo isto aí pela má gestão. Ou falta de eficiência. Não é necessário ser administrador ou um ás da política para enxergar que se o governo implantasse, por exemplo, uma gratificação de produtividade aos médicos, em curtíssimo prazo estaria zera a fila de cirurgias, por exemplo.

Os serviços foram burocratizados favorecendo desvios. Há operações (conforme técnicos do setor) que poderiam ser realizadas e não o são por burocracia. É comum um médico deixar de operar porque falta um fio 9 quando só tem um fio 10. Em larga medida possível de serem substituídos.

Noutros casos, cirurgias são adiadas porque faltam parafusos de um tamanho quando outros poderiam ser adequados. E o que dizer de médicos que não dão alta a pacientes propositadamente favorecendo a falta de leitos e o aumento do número de pessoas sem atendimento nos corredores?

O governo poderia ter utilizado as duas últimas semanas para construir uma saída. Propor algo que motivasse os médicos, como a produtividade.  Seria uma decisão mais producente do que pagar R$ 4,8 milhões ao ano de indenização a delegados por atividade eventual e ocasional fora da jurisdição.

Prefere, como se vê até aqui, jogar a população contra os médicos que ganham certamente muito mais na iniciativa privada e pode passar muito bem sem o salário que o governo paga. De outro modo: o prejudicado será, sempre, o cidadão necessitado de atendimento que não para onde correr.

Detalhe: de 1,550 milhão de habitantes, menos de 10% tem planos privado de saúde. Um Deus nos acuda com orçamento de R$ 1,5 bilhão por ano.v

Deixe seu comentário:

Ponto Cartesiano

O Executivo tem até o dia 30 de maio para publicar o relatório de gestão fiscal do 1º quadrimestre de 2024. Os números da execução or...

A Superintendência de Educação Básica da Secretaria de Educação tentou fazer um arranjo com o feriadão decretado pelo presidente da...

Caiu como uma bomba no governo estudo realizado pela Firjan (divulgado pelo Metropoles no domingo) de que apenas quatro dos 27 Estados fechariam 2024 no azul. Ou seja, sem d&e...