Não é de hoje que a senadora Kátia Abreu faz provocações a Mauro Carlesse. Não fora o modo não clássico de abordagem estaria apenas exercendo suas competências parlamentares e político-partidárias.

Da forma como o faz, entretanto,expõe um abismo imensurável entre sua capacidade política, de liderança nacional reconhecida nos cargos que ocupa ou ocupou no país e a práxis de que faz uso no âmbito político regional. Uma senadora de segundo mandato no Brasil não é café pequeno mas que imporia uma retórica menos inusual para o cargo.

É o que se apreende de uma publicação de ontem nas suas redes sociais em que para cobrar do governo a pavimentação de uma rodovia no Norte do Estado, escalou para Mauro Carlesse: “Largue a frigideira, a melancia com frango e venha fazer o seu trabalho”.

Como se nota, uma crítica que saiu do objeto, deslocando-se para o pessoal, onde se encaixam vontades e emoções eleitorais. Afinal, gostar de cozinhar ou de comer um franguinho não é necessariamente causa de que fosse efeito não asfaltar estradas. A não ser que a Senadora tenha conhecimento de que Carlesse estivesse fazendo do Palácio sua cozinha.

A título de raciocínio, não é porque goste de viajar (como posta nas suas redes sociais) ou de um arroz com suan nos finais de semana, que a Senadora não tivesse, por exemplo, conseguido implantar a hidrovia do Tocantins. Ou que isto tivesse reduzido sua atuação na Câmara Alta do país.

Ou até mesmo, como aliada circunstancial de praticamente todos os governadores eleitos de 95 a 2014 não teria denuncia ou obtido êxito na pavimentação inclusive da rodovia TO-010, que defendia ontem nas redes.

Carlesse passou recibo da crítica ao rebatê-la dizendo que a Senadora não traria recursos para o Estado. Uma meia verdade. Kátia tem um projeto espetacular de Catarata Zero em execução e se Carlesse pretende inaugurar a primeira etapa do Hospital Regional de Gurupi em agosto, os recursos são da senadora. Ainda que não tivesse colocado verba para rodovias, respiradores e UTIs. Priorizou máscaras.

Do ponto de vista fiscal, Mauro Carlesse ajustou o Estado que pegou há três anos (do grupo da qual a senadora fez parte) praticamente falido. Devendo mais de um bilhão, querendo parcelar salários, secretarias com energia e telefone cortados, e descobriu outro débido R$ 2,3 bilhão de dívidas não contabilizadas dos quais agora só restam R$ 1,2 bilhão. Pagou além das dívidas correntes, esse passivo aí encontrado pelo TCE.

Reduziu o gasto de folha de salários de 58,22% para 43% das receitas, teve um excesso de arrecadação de R$ 640 milhões no primeiro semestre, ontem deu início à perfuração no rio Tocantins para a ponte, recuperou rodovias no centro e no sudeste do Estado, reforma escolas de tempo integral no Bico, ampliou o HGP, asfalta rodovias no Jalapão, onde vai construir um aeroporto e fechou com o governador do Maranhão convênio para construir uma ponte Filadélfia/Carolina, reivindicada pela população há quase um século.

Isto em três anos no Palácio Araguaia o que torna as críticas da Senadora apenas uma isca para levar Mauro Carlesse ao ringue eleitoral com um ano de antecedência, cujo resultado, pela lógica política, só levaria passivo ao Governador que tem mais a mostrar e demonstrar em seu favor do que os adversários eleitorais já nas ruas para retomar, democraticamente, o comando do governo.

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