O candidato da Rede, Marlon Reis, aprendendo que foucinho de porco não é tomada. A informação de bastidores garimpada pelo jornalista Lailton Costa (Antena Ligada desta quarta) de que o advogado (e ex-juiz) – por seus tributários - estaria justificando seu pífio desempenho à falta de recursos financeiros seria uma daquelas piadas prontas não fora a carga de contradição ideológica e programática que carrega.

Marlon, desde a pré-campanha da suplementar, prega justamente o contrário: se movimentando (e falando) como um Don Quixote combatendo moinhos de vento e se vangloriando de fazer uma jornada franciscana. Era um mantra que, em dado estágio da campanha, surtiu efeito. E que o pragmatismo o faz agora, convenientemente, esgrimir estrutura financeira para o malogro.

Ainda que nos corredores políticos fosse voz corrente, por força de sua proximidade com Carlos Amastha, que dele fosse instrumento. Um raciocínio mais próximo de leviandade mesmo que não guardasse muita distância da plausibilidade por força de mera lógica política.

Na verdade, a realidade engoliu Marlon lá atrás, quando teve que fazer coligações com partidos de programas diametralmente opostos ao que prega, de público, o candidato da Rede. Tudo para ter estrutura, tempo de propaganda e fundo partidário que, pela justificativa que agora apresenta, não caiu na sua campanha. Teria sido, tudo indica, vítima de um golpe.

Aliou-se com o conservador PSD (que votou a favor de Temer) e dobrou a língua para justificar o PT na sua chapa, cujo candidato a presidente substitui Lula, condenado e preso por corrupção e lavagem de dinheiro. Outro golpe, desta feita ideológico com finalidades eleitorais.

Há, evidentemente, a questão financeira afinal ninguém vai sair por aí, numa crise econômica dessas, retirando grana do próprio bolso para fazer reuniões pedindo votos para candidatos se abanquetarem em cargos públicos com um orçamento de R$ 10 bilhões para manejar na conta-corrente.

A questão agora é para onde migrarão os votos de Marlon que, é possível perceber, mergulhou. Isto porque os de Marina (que também desidratou-se) provavelmente irão para Haddad ou Ciro. E alguns certamente cairão em Bolsonaro. Não que o eleitor mude seu voto por determinação do seu candidato, mas, regra geral, uma parte o segue sim. Se Marlon orientá-los para Carlos Amastha (o mais provável) aumentam as possibilidades de ocorrer o segundo turno no Estado.

Mas Marlon, numa análise tanto superficial quanto circunstancial conseguiu em curto prazo amplificar seu nome no Estado, abrindo janela para outras candidaturas. Pode disputar, inclusive, na Capital (contra Cíntia de Amastha), onde conseguiu um ativo relevante. Ou, tivesse os pés no chão, seria um dos vereadores como maior votação em Palmas. Não seria um mau começo para quem está há pouco mais de um ano fazendo política.

Os políticos mais experientes devem estar balbuciando: bem-vindo ao jogo, doutor.

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Ponto Cartesiano

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