A indefinição do vice Wanderlei Barbosa sobre seguir ou não o governador Mauro Carlesse para o Democratas provoca deduções de via dupla, por forças dar premissas que a decisão carrega.

Mas a qualquer uma delas é possível enxergar passivo do Chefe do Executivo, contrariamente ao senso comum de seus aliados de que representasse ativo com a manutenção do PHS na órbita de Carlesse sob o comando de Barbosa.

A própria história da aliança entre ambos concorre para a avaliação de presumidas perdas. Wanderlei deixou o Solidariedade (um partido de maior representação) pelo PHS (há um ano) e não havia outro motivo que não fortalecer a legenda do então apenas pretenso candidato ao governo com o seu partido nanico.

Wanderlei apostava alto, como resta evidente, num projeto que já estava sendo construído muito antes quando ele próprio já segurava no braço de Carlesse e o levava às regiões para ele desconhecidas como o Bico do Papagaio.

Carlesse havia perdido eleições em Gurupi, eleito deputado estadual com a 20ª votação (12.187 votos/o quinto menos votado) e passado pelo desgaste de ser preso por 30 dias na própria Assembléia por dívida de pensão alimentícia. Não era café pequeno.

Optar por não seguir, agora, automaticamente Mauro Carlesse (já governador e presume-se o projeto eleitoral concluído com êxito), ainda que se possa arguir outras inferências, não deixa a circunscrição da prudência. E se ela se impõe, haveria certa dúvida. Mesmo que o vice decida-se, mais tarde, por acompanhá-lo.

A razão determina que elas fossem muitas: o governo patina e comete equívocos numa frequência diária. Wanderlei é candidato a prefeito desde que ocupou a Câmara Municipal.

Os desgastes de Carlesse favorecem a desidratação de sua candidatura à prefeitura de Palmas de véspera. O Governo tem fabricado uma bomba todos os dias que, com a pública atuação do Ministério Público estadual e federal, tende à explosão já que o governo não muda sua conduta. Antes, a acelera no que tem de vícios.

Ademais, disputar a prefeitura de Palmas é uma pretensão legitima e, para ele, Wanderlei Barbosa, uma espécie de resgate da história da própria família dado que o pai administrou como prefeito a cidade oficialmente, mas na prática quem mandava era Siqueira com a sutileza que lhe é peculiar.

E lá no Democratas hoje quem determina os rumos continua sendo o siqueirismo. Aliás, ali, há até mesmo lideranças contrárias a Carlesse e Wanderlei no partido justamente pelas possíveis perdas políticas com uma pretendida filiação do governador à legenda. Aliança política se faz e se desfaz, não tem papel assinado. Já desfiliar um integrante, se necessário, não é tão fácil assim. Uma dúvida proporcional ao tamanho do ônus político.

 

 

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