Duas informações relevantes: na primeira, o deputado federal Carlos Gaguim é escolhido presidente da Frente Parlamentar Nacional de Segurança Pública. Uma articulação do governo federal com os Estados. Na outra ponta, a prefeita Cinthia Ribeiro se movimenta para coordenar a Frente Nacional de Prefeitos.

São cargos de natureza política e assim devem ser tratados. Ainda que se amplifique como trincheira de defesa dos interesses do Estado. Na primeira, a maior ação depende de aprovação dos projetos do ministro Sérgio Moro.

Politicamente, diminui a possibilidade de ativos a Mauro Carlesse. E se isto ocorre, leva-lhe prejuízo de caráter político porque ou aceita dividir poder ou perde por inteiro, na proporção do ganho de outros grupos.

Gaguim coordenando uma frente dessas será o alto falante do governo federal no setor que vai envolver todos os órgãos federais no Estado. Se o governo estadual não entrar, perde o bonde. Inclusive de recursos para dizer que conseguiu do governo (com o apoio do deputado coordenador, claro).

Mauro Carlesse, aliás, tem mesmo pouco a dividir considerada a situação do Estado e sua administração. E aí as posições de Carlos Gaguim e Cínthia Ribeiro assumem relevância. Seja por oposição ou contraponto administrativo e político.

Carlos Gaguim depois de ser ironizado por Carlesse na solenidade de posse do governador, viu-se atropelado novamente pelo Chefe do Executivo na eleição da presidência do Legislativo. O Palácio enxergava em Luana as digitais de Gaguim, até então considerado um aliado, mas, tudo indica, observado pelo Palácio como interessado em projetos maiores onde o governo já tem suas peças.

E Cínthia, como é notório, faz liga com o senador Eduardo Gomes que, muito embora não assuma publicamente, faz trabalho político para ser candidato ao governo. Pode ser, inclusive, uma força à prefeita na pretensão de presidir a Frente Nacional dos Prefeitos, na posição de vice-líder de Jair Bolsonaro no Senado.

Há setores palacianos e no meio publicitário e de comunicação pregando por Ronaldo Dimas candidato de Carlesse, no caso da impossibilidade de Wanderlei Barbosa, escanteando, de antemão, a senadora Kátia Abreu.

E, lógico, antecipando uma suposta não viabilidade também da candidatura do vice Wanderlei Barbosa. Ou seja, sem combinar com o maior articulador político do governo, aquecem sua frigideira e financiados pelo próprio governo.

Dimas passou a rasteira em César Hallun na eleição passada, dizendo-se compromissado com Irajá Abreu por Kátia Abreu. Tera, novamente, como teve no ano passado, a Senadora como possível adversária. Ao contrário de 2018, quando acenava com apoio à parlamentar e optou no último momento optou por Mauro Carlesse. Depois de ter sido atropelado por Vicentinho que entendeu, antes, seus projetos.

Como se nota, se já não se projetava quatro anos de bonança financeira para o governo e o governador, parece elevar-se, mais rápido que se imaginava, uma borrasca contra Mauro Carlesse e o Palácio. Terá que debelar crise sobre crise. Tanto polícia como administrativa e financeira. Tem ainda quatro anos para isto.

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