Política pura: a bancada de congressistas do Estado que quedou-se literalmente em silêncio (ou não tomou qualquer medida em oposição) quando Jair Bolsonaro condenava vacinas, metia o rodo em João Dória e no Instituto Butantâ (e na vacina chinesa), sugeria consequências a quem as tomasse e mandava as pessoas às ruas resultando nos 210 mil óbitos no país e 1.316 no Tocantins, esta mesma bancada programa para esta terça um debate sobre a vacinação no Estado.

A justificativa é ouvir representantes da sociedade e para que conheçam o cronograma de vacinação. Será um debate em um canal do facebook  (https://www.facebook.com/katiaabreuoficial). A senadora Kátia Abreu é a coordenadora da bancada que tem oito deputados federais e três senadores.

O Estado recebeu ontem 44 mil doses da coronavac. Isto dá para imunizar 22 mil pessoas (duas doses), o equivalente a 1,3% da população (ou 1,5% daqueles que ainda não foram contaminados/havia ontem 96.589 casos confirmados). Não se sabe quando ter-se-á mais imunizantes.

Como é público, os Estados aderiram ao plano de vacinação elaborado pelo Ministério da Saúde. O governo do Tocantins foi um dos primeiros a apresentar um plano de imunização ao governo federal há quase um ano!!!! Sem ser questionado pela bancada até aqui. Não haveria, do ponto de vista prático, outra decisão que não segui-lo dado que atende as recomendações da Organização Mundial de Saúde. 

Debate, se fosse o caso, deveria ter ocorrido lá no Congresso com o MS para definição dos critérios de distribuição e vacinação. Ou para forçar o governo federal a adquirir as vacinas antecipadamente como outros países o fizeram. Isto para não correr o risco que agora a população sofre, de não ter vacinas a pronta entrega. Inclusive da conveniência de uma distribuição linear de vacinas tendo como base não a proporção de contaminados mas da população, por exemplo. Furar fila da vacina é caso para a Polícia Federal.

Do ponto de vista político, a bancada termina por sugerir que cria apenas um fato político para contrapor-se ao aproveitamento das vacinas por parte do governo e de Mauro Carlesse que ontem saiu em comboio pela cidade com as vacinas debaixo do braço. 

Do  ponto de vista prático, não altera em nada as orientações do governo federal. Joga um pouco de gasolina no combate à pandemia no que pode provocar de dúvidas e mais insegurança, mesmo pretextando justamente o contrário.

Beneficiário do destino (o MS entregou as vacinas aos governadores para aplicá-las pelo SUS) Mauro Carlesse escolheu para ser a primeira vacinada uma enfermeira moradora de Gurupi (seu reduto eleitoral), com direito à prefeita Josi Nunes na foto.

Isto quando Palmas, evidentemente, possui mais servidores da saúde expostos ao vírus (e com mais idade ou comorbidades) que aquela cidade. Ainda que tenha indicado como a segunda, um servidor da Capital, o primeiro sempre será de Gurupi. Ninguém lembrará do segundo e sim do primeiro. Ninguém nomeia nome de vice para rua ou avenida.

Não atendeu Mauro Carlesse outro populismo, o da prefeita Cínthia Ribeiro, para que o primeiro a ser vacinado fosse o ex-governador Siqueira Campos, para "prestigiar" a prefeita que elegeu e os moradores do seu domicílio eleitoral.

E ainda criticam João Dória e Jair Bolsonaro por aproveitarem-se da Covid-19.

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