Na história da Capital e do Estado jamais havia presenciado no jornalismo declaração tão cabotina quanto a do novo secretário-Chefe de gabinete do prefeito interino, Fábio Bernardino.
Um tapa no rosto, não só da população da Capital, mas dos tocantinenses que lutaram séculos pela divisão do Estado e criação de Palmas.
Como um lorde colonizador avançando sobre sua colônia, não teve pejo para, nas primeiras horas de empossado, declarar em tom majestático a jornalistas, para justificar sua importação, que “às vezes” o filho da terra não faz o dever de casa. Dedução por indução do próprio: ele o faria.
Não contente, o desavisado abusou mais um pouco: desejou ser tratado como “filho da terra”. E não se viu qualquer defesa dos “filhos da terra” da cidade que um país inteiro constrói há 36 anos.
Que não concordem com o prefeito afastado, é da democracia. Mas assistir que não haveria competência dentre "os filhos da terra" para ocupar o posto é uma larga medida.
O prefeito interino, Carlos Veloso, goiano de Varjão, calou-se e, por certo, consentiu e assentiu.
O Tocantins tem 35 faculdades e universidades. Os 300 mil habitantes da cidade (e os 200 mil eleitores) tem acesso a 17 faculdades e universidades. Não é uma aldeia.
Agora, pela entrevista, está nas mãos desse cidadão que disse, dentre outras preciosidades para justificar sua escolha, ter ele nomeado o diretório do Agir no Estado e na cidade.
E que estaria à disposição do partido. Apesar de não ser o prefeito e da administração não ser patrimônio do Agir, e sim da população/eleitor que entrega os recursos de impostos à representação.
As declarações sugerem que Fábio Bernardino teria uma missão partidária. E, pelo vigor da entonação, o papel de prefeito, ainda que informal, lhe caberia.
E não ao vice interino, oficialmente, no cargo de titular.
O “doutor”, é-nos dado concluir, parece observar na classe política do Estado (e na sua população) um monte de “sertanejos” indolentes na sua leitura ligeira e muito particular de Euclides da Cunha.
E são até inverídicas suas premissas, conclusões e proposição: a administração de Palmas (STN) está dentre as 10 capitais com melhor desempenho fiscal do país. E isto não é decorrente de dever de casa não feito.
Receitas maiores do que despesas e dívida pública de apenas 8,33% da RCL (quando o limite é 120%). As operações de crédito interno e externo situam-se (1ºquadrimestre de 2025) no patamar de 2,18% quando o teto é 16%.
Uma cidade considerada como uma das melhores qualidades de vida do país. Além do 15º PIB per capita entre as 27 capitais.
E que elegeu um prefeito que está no cargo há apenas seis meses. Afastado não por desvios de recursos públicos.
O Agir começou mal. Muito mal!!! Desrespeitando os eleitores da cidade, sua população e a verdade administrativa e fiscal.