O governador Mauro Carlesse tem demonstrado boas intenções na administração do Estado e isto tem sido compreendido pela população. Sentimento comprovado pelo resultado das urnas.

Mas não pode cair na esparrela do governo Marcelo Miranda. O conhecimento, agora, de que um ex-assessor do ex-secretário Marcus Musafir seria sócio do Hospital Santa Tereza que o governo pretende contratar por chamamento público para intervenção neurocardiovascular é daquelas situações que a prudência exigiria providências.

Marcelo Augusto de Sena (trazido por Musafir) conseguiu, com um salário de R$ 15 mil (médico contratado desde 16 de novembro de 2017) se tornar sócio do Hospital Santa Tereza (Palmas), com R$ 715 mil (715 mil cotas) – o equivalente a 35,75% da sociedade.

E, mais curioso ainda: a alteração contratual foi registrada na Junta Comercial (contrato a que este blog teve acesso) no último dia 29 de agosto.  No furacão das denúncias de 18 óbitos de crianças nos hospitais públicos por falta de UTI e problemas cardiovasculares. E daquela ameaça da Intensicare de parar os atendimentos por falta de pagamento.

De outro modo: o Estado teria sido lento demais na contratação e pagamento de particulares (como determina a lei) para evitar as mortes dos bebês. O que sugere, a situação, ter o poder público esperado (proporcionado prazo) a formalização da participação societária para, assim, poder contratar como já teria confirmado a Secretaria de Saúde com o repasse para o Santa Tereza dos serviços de UTI adulta.

O detalhe mais curioso é que o ex-assessor de Marcus Musafir é contratado como médico cardiologista intervencionista. Ou seja, poderá fazer no seu hospital particular, evidentemente, o que não conseguiu fazer mesmo com os salários pagos pelos cofres públicos: evitar mortes de bebês por falta de atendimento. Agora, deverá ganhar o salário e pelos serviços a serem prestados pelo hospital onde tem participação de 35,75%.

Ah, LA, mas ele pode ter empresa, sim e ninguém não tem nada com sua vida particular. Ele pode ganhar R$ 15 mil, morar no Rio de Janeiro e entre uma curtida e outra de Copacabana, vir a Palmas a cada quinze dias para fazer o dobro de horas como o faz, ainda que muitos médicos do Estado só ganhe uma média de R$ 7 mil e 500!!! Isto mesmo!! Mas o dinheiro é público.

Além do mais, o tal chamamento ainda era desconhecido pelo Tribunal de Contas do Estado, como apurou este blog esta semana. Ainda que a contratação já tenha sido antecipada pela Secretaria de Saúde. O pensamento Musafir morreu mas não quer deixar o corpo.

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