É cada dia mais nítida a escolha do Governo para disputa na prefeitura da Capital. Da mesma forma que a reação política esperada de força contrária, de igual intensidade, de Cínthia Ribeiro à eventual decisão de Wanderlei Barbosa.

Cínthia, com efeito, não é obrigada a apoiar Janad Valcari. Da mesma maneira que Wanderlei tem o direito de apoiar o nome que entender melhor para a cidade e que possibilite uma composição política que considere atrair mais ativos.

As duas opções, entretanto, poderiam ser compatibilizadas com o exercício de outro expediente: a política.

De forma que cada um tivesse seu preferido na disputa municipal sem a eliminação da possibilidade de alianças na eleição estadual.

Opção inviabilizada com a confusão entre adversidade política e inimizade pessoal, retroalimentada por recursos auriculares.

O popular fuxico, instrumento recepcionado pela maioria da classe política na tomada de suas decisões quase sempre equivocadas por princípio de origem.

Há, é certo, em nível nacional, a discussão sobre uma Federação partidária em 2026 com PL, PP,UB e Republicanos.E isto poderia afastar campos políticos adversos. Mas a eleição majoritária comporta coligações regionais.

Cínthia (presidente regional do PSDB e do PSDB Mulher Nacional) até aqui tem guardado uma relação política (e pessoal) com Wanderlei que transcende a questão partidária. Público.

Os movimentos do Palácio Araguaia nos últimos dias, entretanto, valorando o pior do marcatismo político bolsonarista (o fake-news contra aliados) tem, dentre outras consequências, a potência para impulsionar uma força contrária a Wanderlei que até agora o governador não colecionava.

Empurrando Cínthia Ribeiro (e o PSDB) para oposição, podem, os governistas tão assanhados quanto imprudentes, regorgitar a proeza de juntar contra Wanderlei, uma frente não irrelevante: ex-prefeito Carlos Amastha (PSB)- o vice-presidente da República é do PSB - , prefeita Cínthia Ribeiro (PSDB), senador Irajá Abreu (PSD) e ex-deputado Eduardo Siqueira (Podemos). Uma frente que pode transbordar para além do perímetro da eleição municipal.

Obviamente, um eventual racha com o PSDB enfraquece ao invés de fortalecer o governador. A capilaridade do Republicanos no Estado empurra Wanderlei a depender de Eduardo Gomes (PL), Dorinha Seabra (UB) e Vicentinho Junior (PP). Quando poderia formar seu próprio grupo, ser o capitão do seu barco, comandar sua sucessão.

São partidos aliados, mas que tem candidatos contra os candidatos de Wanderlei nos maiores colégios eleitorais. A dependência é só uma questão de tempo. O fuxico tende a afastar uma grande legenda do seu arco de alianças, o PSDB.

Wanderlei faz o melhor governo dos últimos anos. Cínthia também. A prefeita, deduz-se, tem sua aceitação popular comprometida justamente pela ação política de adversários no maior colégio eleitoral do Estado e que não teve a observação necessária por parte da Chefe do Executivo. Wanderlei, até agora, tem sido escrutinado apenas pelo senador Irajá Abreu. Em Brasília. Sem disseminação nos  municípios.

Nas circunstâncias em que o maior líder bolsonarista, o próprio Jair Bolsonaro, corre risco de ser preso pelas peripécias do seu mandato e pela tentativa de golpe no país. E em que seus potenciais sucessores (Ronaldo Caiado e Tarcísio de Freitas) contrariam o mundo ao dar aval aos crimes de guerra e ao genocídio praticado por Israel.

Um momento mais de prudência do que providência.

Wanderlei, assim, (com três décadas e meia de mandatos, de longe o mais longevo considerando os ocupantes da Assembléia, Câmara dos Deputados e Senado) tem sido levado, por noviços, a exercitar, tudo indica, mais o fígado do que o cérebro nas suas atuais movimentações políticas.

Expediente do qual se livrava gradualmente no governo.

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