A decisão do STF que liberou o deputado Leo Barbosa para eleger-se presidente da Assembléia Legislativa proporciona ao Palácio alívio e tensão.
Um pouco de fôlego porque era, indiscutivelmente, uma luta do governo ter Leo na presidência do Legislativo nos dois últimos anos de Wanderlei Barbosa no Executivo estadual.
E a maioria parlamentar pelo objeto não é produto de mero acaso ou simpatia pelos olhos cor de mel de Leo. Jogo jogado.E, pelo STF, a eleição da mesa diretora para o próximo biênio deve ser realizada depois das eleições municipais de outubro.
No post anterior ontem avaliei sobre ganhos e perdas. Do ponto de vista institucional, moral e ético, com desdobramentos políticos consequentes. Mas tem o corredor político polonês também.
A alta voltagem se dá, por outro lado, na possibilidade de não candidatura ou não eleição da deputada Janad Valcari. Fator que impulsionaria o governo a jogar todas as cartas na eleição da deputada do PL. Antes, portanto, da sucessão da mesa diretora do Legislativo.
Motivo: simples. Com a maioria que diz ter no Legislativo e os métodos que se diz nos bastidores de que faz uso, Janad Valcari teria mais instrumentos do que o Palácio – fiscalizado com maior lente - para eleger-se presidente do Legislativo, numa eventual derrota nas eleições municipais.
E a presidência do Legislativo é uma escada – como já se viu no Estado – para a cadeira do Governador. E onde Janad pode ser Janad com seu canhão virado para Wanderlei. Caso não vença as eleições na Capital e busque seguir em frente com seu projeto de poder que sugere ter no horizonte.
Como é óbvio, não só por este motivo, mas também por ele, Wanderlei não nutre a maior vontade política de ver Janad administrando a Capital, fazendo-lhe um contraponto ou com o seu canhão descontrolado e não combatido direcionado ao Palácio Araguaia. Como já o fez (e faz) com a prefeita Cínthia Ribeiro desde o exercício da presidência do Legislativo municipal
Se Cínthia foi sua escada em nível municipal para tornar-se regional, pensar sobre sua escada estadual e regional não exigiria outra régua e medida para essa equação de soma, subtração, divisão ou multiplicação, condicionada ou não, às circunstâncias e perspectiva de observação da parlamentar do partido de Jair Bolsonaro, um grupo sem limites, como já está comprovado.
Mas terá que engolir como mal menor na relação custo/benefício. Mera administração de perdas e ganhos. Como é sabido, cabe ao presidente do Legislativo estadual a competência para colocar em pauta processos contra o Governador como pedidos de impeachment, licenças para processos, conduzir a aprovação de suas contas e que tais.
Que pode ficar, nos dois últimos anos de governo e na sucessão estadual nas mãos de Janad ou Leo, à escolha política de Wanderlei. Não há, como parece, uma terceira opção ao Palácio.
A não ser torcer para que um "anjo" do Ministério Público decida apurar os contratos públicos (de recursos públicos) - e também de conhecimento público, publicados em diários oficiais - assinados por Janad Valcari, no exercício do mandato de vereadora e deputada, com prefeituras como representante do Barões da Pisadinha. E que pela Constituição explicitamente a submeteria, não só à inelegibilidade, mas à perda do mandato.
Daí que o Palácio - Wanderlei com bom gosto ou não - pode estar cada dia mais convergente para a candidatura da deputada do PL na Capital. Mais que isto: fazer das tripas coração para que a deputada ganhe as eleições para prefeita de Palmas.
Pode acontecer algo diferente? Pode!!! Mas esta é a lógica política da narrativa em curso.
Até por sobrevivência do grupo político.
2 Comentário(s)