Os políticos repetem estratégias que nunca deram certo em função da própria natureza política de suas vontades, somada aos seus perfis eleitorais.

Leio uma nota atribuída ao senador Irajá Abreu (que circulou ontem) onde se propaga que os partidos oposicionistas ao governo teriam criado uma frente supra-partidária. Um grupo de partidos que colocariam um projeto maior acima de seus projetos individuais. Decisão tomada em Brasília.

Um pacto pelo Tocantins. Decorridas mais de 24 horas, o teor da nota não foi negado, o que sugere concordância e veracidade ao documento.

Diz-se que a frente teria Irajá Abreu, Paulo Mourão, Kátia Abreu, Carlos Amastha, Laurez Moreira e Edson Tabocão que, como no poema Quadrilha, de Drummond, seria o J.Pinto Fernandes que não havia (até aqui) entrado na história.

Vejam bem: a nota inclui Paulo Mourão que, dias antes, havia sido declarado o candidato do PT ao governo, numa união inusitada de todas as correntes do partido. E Laurez Moreira, que é do PSDB cujo comando é de Cínthia Ribeiro, aliada do Palácio.

Ou seja, Laurez aí, apesar de compor um pacto suprapartidário, não representaria um partido. E não se sabe como ficaria de legenda. Para permanecer na frente, teria que deixar o ninho tucano.

Ademais, será um desafio que exigirá muito jogo de cintura a Mourão e ao PT, por certo, impulsionar a militância a pedir votos para o seu candidato com um ano de antecedência, com a possibilidade de, lá na frente, abrir mão em favor de outro aliado desta frente. Com Lula de candidato a presidente.

Nas eleições de 2022, só há três vagas majoritárias na disputa no Estado: governador, vice e um senador. E encabeçando a frente há seis potenciais candidatos a estas três vagas que, dado seus históricos, sempre se movimentaram com pouca (ou nenhuma) disposição para a prática de altruísmos partidários e eleitorais.

De outro modo: a frente foi criada para fortalecer um grupo, o que é democrático e legítimo, em função do vácuo (ou divisão) que começava a se formar na oposição que tendia a firmar-se em Eduardo Gomes (caso confirme-se na disputa) ou Marcelo Miranda que, apesar dos problemas com a Justiça, é elegível e ainda tem respaldo popular.

De forma que o Pacto pelo Tocantins é, na verdade, um pacto pelos grupos políticos que se diz o integrem. Ainda que não se dispense que tenham seus planos para o Estado.

Não à toa, o PSDB cuidou de circular uma Nota negando pertencer à tal frente, como sugeria a participação do ex-prefeito Laurez Moreira no grupo.

NOTA OFICIAL 

O Diretório Estadual do PSDB Tocantins informa que as candidaturas para as eleições de 2022 estão sendo discutidas internamente junto aos líderes políticos e filiados, sob a coordenação da presidente estadual do partido, Cinthia Ribeiro, prefeita de Palmas.

O partido está fazendo a revisão das comissões dos diretórios vigentes, ampliando o diálogo com os que pretendem pleitear um cargo ou participar da campanha em 2022.

O partido pode e deve ter um quadro forte e competitivo para as eleições, mas não há nenhum nome previamente definido. Nenhum filiado tem o aval do diretório estadual para compor frente de discussão com outras siglas, blocos partidários ou dirigentes de partidos e pré-candidatos, e quem assim o fizer estará agindo por conta própria e sem a anuência da direção estadual.

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