Deveríamos celebrar o 1° de maio e a luta dos três 8 na França. Ali, a força de trabalho mostrou-se de igual para igual com o capital. No Brasil de hoje, o STF empurra com a barriga o julgamento da jornada intermitente.

Não quer nem saber desse negócio de 8 horas de trabalho, 8 horas de lazer e 8 horas de descanso da luta francesa. É o capital querendo mais capital sem importar-se que não sobrevive sem consumo e consumidor. Ou seja: sem o trabalho.

Chego ao ponto: enquanto o preço do feijão sobe a R$ 10, carne a R$ 30 e a renda média nominal no Estado fica abaixo do mínimo, assistimos setores da sociedade comemorando riquezas de um Estado em evolução.

Amplifica-se uma face da moeda. O Estado registra um PIB per capita considerável (R$ 20 mil) paralelamente aos 180 mil situados na extrema pobreza. Para o capital (e os governos dele dependentes), basta dividir os R$ 31,5 bilhões estimados do PIB estadual pelo número de moradores e o feijão e a carne estarão na mesa.

Não há renda e não há trabalho. A última PNAD divulgada pelo IBGE em fevereiro último (último trimestre de 2018) indica piora nos números do Estado. De 1,231 milhões de pessoas que formavam a população economicamente ativa, apenas 605 mil estavam com alguma ocupação.

Somando isto à taxa composta de subutilização, situada na faixa dos 22% (conforme a PNAD/2018), tem-se aí um desemprego (de pessoas que já estavam ocupadas e foram desempregadas) de 270 mil e não os 70 mil calculados sobre os que estavam ocupados e foram para a rua.

E o que se faz para a reversão do quadro? Nada!! Não há um projeto sequer que provoque a criação de empregos. Investimentos públicos estão na casa dos 2,5% do orçamento. No ano passado, a previsão era de R$ 1,6 bi, o governo executou R$ 278 milhões.

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Enquanto isto, parlamentares e governo seguem aliando-se ao capital deixando de lado talvez o principal elemento da equação: a força do trabalho que consome e que é, também, voto.

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