O poder público anunciou esta semana o retorno das cirurgias cardíacas eletivas no HGP. Um fato digno de nota e de aplauso. Ainda que a divulgação fosse fundamentada em apenas dois procedimentos. Anoto que no início de janeiro o próprio governo era cientificado que o quadro no Hospital Geral era caótico, como revelou este Jornal do Tocantins. E haveria ainda as outras quatro mil pessoas na fila de outras especialidades cirúrgicas. Mas uma coisa de cada vez, pode ser a régua e não se pode criticá-lo por se movimentar atrás de soluções.

Os próprios médicos oficiaram no dia 19 de janeiro a existência de 107 pacientes com a vida em risco por falta de cirurgias cardíacas, não realizadas justamente pela inexistência de insumos e profissionais. De lá até hoje foram 114 dias e não se sabe quantas vidas ou em quanto teria aumentado este número.

O governo deve ter feito uma mágica. A Administração continua gastando 68% dos recursos orçamentários da saúde com salários de servidores (acima dos 67% do exercício de 2018). Dos R$ 530 milhões consumidos no primeiro quadrimestre de 2019, por exemplo, o montante de R$ 362 milhões ficou no bolso do funcionalismo. Uma inversão de prioridades inequívoca. Desvio de gestão e de política.

Se consideramos a previsão de gastos na saúde este ano projetada no Orçamento (R$ 1,566 bilhões), o Estado, paradoxalmente, deve assumir de vez a ponta dos que mais gastam com o setor no país: um gasto per capita de R$ 1.010,00. Só de gastos estaduais. Ou: um crescimento de 40,8% sobre os R$ 717,00 de gasto estadual de saúde verificado em 2017 e divulgado pelo Conselho Federal de Medicina no final de 2018.

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