O ex-prefeito Raul Filho, não resta dúvida, é carismático junto à população. Especialmente de baixa renda. Sua administração registrou avanços na Educação na Capital. Dados públicos do Ministério da Educação.

Da cidade, cuidou pouco e talvez tenha sido um dos seus equívocos ainda que Educação seja um dos gargalos não só na Capital, mas no Estado e país.

São questões, entretanto, de natureza diversa, por políticas, das que enfrenta na Justiça Eleitoral e Federal e que ganham corpo justamente pela vontade (e expressão) do ex-prefeito de disputar as eleições do próximo ano.

Seria, certamente, um candidato com possibilidade de eleger-se, mesmo que a conjuntura política favoreça que seu concurso beneficie a Wanderlei Barbosa, o candidato do Palácio Araguaia (e seu adversário) e diminua as probabilidades de Cínthia Ribeiro na reeleição.

O problema é a Justiça. Raul Filho está inelegível até 2016. Ou seja: tem mais sete anos de banco. E a sucessão está a um ano e meio. Intuo que Raul deixa de lado esta questão eleitoral propositadamente para não diminuir seu valor de mercado.

Como informou o JTo ontem, a Justiça Federal teria aceito nova denúncia do MPF contra o ex-prefeito. Desta feita por sonegação fiscal de R$ 195 mil. Mas pouco influenciará em 2020, até porque Raul pode ir lá, negociar e pagar. Ou contestar a contabilidade do MPF. Jogo jogado.

Agora, da condenação criminal por crime contra o meio ambiente, não. Ele endossa uma versão conveniente dos aliados de que a extinção da punibilidade determinada pela Justiça Federal no ano passado, restabeleceria seus direitos políticos de se candidatar.

Não é o que dispõe a Lei Complementar 64. Ali (artigo 1°, inciso I, alínea "e"") está disposto com todas letras, pontos e vírgulas que nos crimes contra o meio ambiente (condenação de Raul) e saúde, a suspensão vai da sentença transitado em julgado a até oito anos após o cumprimento da pena.

O que a JF fez no ano passado foi certificar o cumprimento da pena. Ou seja, vai amargar mais oito anos após isto. Já se passou um deles.

De outro modo: Raul, para continuar na política, terá que se aproximar de um candidato a prefeito. Como já teve problemas com Amastha e Wanderlei, sobram poucas opções competitivas. Mas ele mesmo está fora das eleições de 2020.

 

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