O vereador José do Lago Folha Filho (PSDB) negou hoje (como lhe atribui o T1 Notícias) especulações de que estivesse de mudança para o PSD do senador Irajá Abreu.

O PSDB tem hoje cinco vereadores. E pode fazer mais um ou dois este ano, considerando os votos do partido em 2020 e o quociente eleitoral deste ano. Não há coligação em eleição de vereador.

Mas o que os candidatos tucanos tem para oferecer como garantia deriva diretamente da ação política e administrativa da prefeita Cínthia Ribeiro. Da obra. E do seu poder político como presidente regional do partido e presidente do PSDB Mulher nacional.

Se a garimpagem do voto para vereador, em larga medida,  entretanto, se dá no tutano e no bolso, o mandato é do partido cuja presidente regional é nada menos, repita-se, que a prefeita Cínthia Ribeiro.

Folha, no entanto, confirma ao portal que fora realmente procurado pelo Senador do PSD e que teria recusado a proposta. É plausível. Folha tem mantido uma relação respeitosa com Cínthia, apesar da amizade com Irajá.

Obviamente que cortando no PSDB, Irajá estaria atacando o ativo político de Cínthia no seu próprio quintal. Apesar da relação, não só política, existente entre a ex-senadora Kátia Abreu (mãe do senador) e a prefeita.

Tanto os vereadores do PSDB e o Senador, entretanto, é provável raciocinar, já estariam mirando um horizonte com Cínthia sem mandato. No que podem estar antecipando um equívoco de dimensões incalculáveis.

Não realizando ponderações considerada a trajetória da prefeita, seu espólio político, expertise adquirida com o senador João Ribeiro (de longe o político mais agregador que o Estado já teve) e com o companheiro, deputado Eduardo Mantoan, eleito parlamentar na primeira eleição que disputou. E os votos na cidade.

Explico:no mês passado os vereadores tucanos reagiram à simples menção de que Cínthia estivesse cumprimentando o ex-prefeito Carlos Amastha (PSB). E que isto sugerisse uma aliança entre ambos que representaria, por gravidade, afastamento do Palácio Araguaia.

Daí a arapuca armada com a exigência de que Cínthia apoie o candidato do Palácio à Prefeitura ou não apoie um candidato considerado adversário do governo, na expectativa de que o governo os apoie na campanha de vereador.Ainda que este candidato seja Janad Valcari.

A exposição de convites partidários a tucanos, desta forma, assemelha-se a uma ameaça velada a cobrar interesses. E na janela partidária em que os parlamentares não estariam submetidos à direção partidária. No caso do PSDB, a Cínthia.

Ou seja, Cínthia estaria sujeita a ficar sem o mandato (o que não pode modificar) e ainda ficar mofando dois anos sem poder político, dado que, numa eventual eleição de sua adversária para a prefeitura, teria seu espaço – que já é pouco - mais reduzido ainda no Palácio. E, claro, sem qualquer influência política na nova administração que é o seu principal ativo eleitoral.

Considerando o cenário atual, Cínthia não teria qualquer vaga na chapa majoritária daqui a dois anos. E impedida de capitalizar suas realizações no seu maior reduto eleitoral a ser administrado por uma mais que adversária,inimiga.

Teria que se contentar com apoio do governo para deputada federal e olha lá. Isto quando deputados federais estão deixando a Câmara dos Deputados para disputar prefeituras. No elevador político, prefeito de Capital disputa é governo ou Senado. Diferente, é andar para trás.

E os vereadores podendo apoiar adversários. Sem o controle de prefeitos ou líderes. Isto porque com a base concedida aos vereadores por Cínthia (aumentou para 2% da RCL o valor das emendas parlamentares, do duodécimo e autorizou aumentar o número de parlamentares para 23), o Legislativo terá mais autonomia para aprovar ou reprovar matérias do Executivo. Independência maior.

E o pêndulo naturalmente não será Cínthia e sim a candidata do governo que eventualmente ganhe as eleições e o governo. Mais: a maioria desses vereadores hoje na Câmara foram aliados de Janad Valcari (o obstáculo a Cínthia na chapa de Wanderlei) na sua passagem pela presidência da Câmara, quando atrapalharam o mais que puderam a administração tucana.

É o momento em que Cínthia terá que refletir como agiria o senador João Ribeiro numa situação dessas. Intuo que agiria como o João do Povo, o João da Farmácia. Escolheria a razão política e o bom senso.

Afinal, é-lhe concedida a dúvida de que lado estão os amigos. Ou seja, os inimigos.

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