As falácias e ameaças dos frigoríficos renderam-se aos fatos. Não poderiam, certamente, refutar, os empresários, a questão com o estabelecimento de tensões políticas até porque tem contratos com empresas na Europa e Ásia. Ou seja, a paralisação de suas atividades implicaria no rompimento de contratos internacionais de exportação. Perda de mercado, faturamento e multas contratuais justamente quando o governo retorna da Ásia com perspectivas de incremento de mais vendas para os produtores de carne.

Contrariamente às notas públicas e ao lobby intenso, fundado em larga medida em números duvidosos e pressões, não só aumento do preço da carne, mas a sua falta, os empresários optaram por enfrentar tecnicamente a suspensão dos benefícios na reunião com representantes do governo. E que o governo tratava como suspensão e não cancelamento como se propagava por intermédio do próprio setor, com o argumento do retorno dos 12% que se constituía outra forma de pressão escorada em base não estabelecida.

A proposta do setor de elevar para 1,8% do faturamento o ICMS a ser recolhido (um incremento de 80% no 1%  que pagam hoje), tomado pelos números do governo (arrecadação de anual de R$ 30 milhões do segmento) resultaria em ganho de arrecadação de R$ 24 milhões, passando os empresários a recolherem R$ 54 milhões/ano. Repito: uma proposta dos próprios frigoríficos.

O governo propôs 4,5%, o equivalente a um reajuste de 350%, elevando a arrecadação do setor dos atuais R$ 30 milhões para R$ 135 milhões. Um ganho de R$ 105 milhões, quase uma ponte de Porto por ano. Os empresários devem apresentar uma contraproposta e, conforme técnicos do governo avaliaram ontem à noite a este blog, dentro de 20 dias o acordo pode ser fechado.

O problema agora é com os deputados e os "Sindicatos Rurais" do Norte que ficaram com a broxa nas mãos. Isto porque a proposta inicial dos frigoríficos demonstra de forma cabal que reconhecem que pagam menos impostos ou quase nada. E que estariam dispostos (?), ele próprios, a elevar sua carga tributária.

Contrariamente ao caos do fim do mundo da carne publicitado pelos parlamentares e ruralistas, que dava a entender serem os achacadores governo e consumidor ou contribuinte, ao oporem-se à renúncia de impostos em favor dos lucros dos empresários.

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