Jô Soares tinha um personagem interessante parido pelo regime militar. Já vai para mais de 30 anos. Num desses quadros, numa coletiva de imprensa o porta-voz presidencial era instado por jornalistas a explicar as notícias de que o presidente militar, general de quatro estrelas, tinha tropeçado e quebrado uma peça de antiguidade rara.

Refutava o assessor do presidente: isso é coisa da imprensa, de jornalistas, não aconteceu nada disso, não é verdade. O que aconteceu é que o presidente tropeçou e quebrou a peça rara!!!

Ontem, o vice-presidente de Jair Bolsonaro, o general de quatro estrelas Hamilton Mourão (conforme a Folha de São Paulo de hoje) – que já tinha relacionado negros à malandragem – ao apresentar seu neto a jornalistas, teria declarado: "Meu neto é um cara bonito, viu ali? Branqueamento da raça"

Os bolsonarianos (ou bolsonaristas) como o personagem da ditadura militar criado por Jô Soares, devem estar a relinchar nas redes (com a abertura que as democracias concedem e produzem): isso é coisa da imprensa, invenção de jornalistas, o que ele disse é que seu neto é um cara bonito, viu! Branqueamento da raça!"".E xingando quem se arrisque a pensar diferente.

É como se não se concordasse com isto, se fosse defensor de um ladrão na presidência. Ou que isto fosse pior que aquilo. O racismo e a ditatura nela presente fosse o bem de que o roubo representasse um mal pior.

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Ponto Cartesiano

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