O governo publicou ontem o comparativo da despesa orçada, autorizada e realizada de janeiro a outubro de 2020. Nas despesas com pessoal, de um valor de R$ 6,2 bilhões autorizados (com as alterações), o governo teria gasto R$ 5,3 bilhões. Haveria um saldo orçamentário de R$ 917 milhões para novembro e dezembro. Dentro do programado, portanto.
Do quadro, por outro lado, uma conclusão: o governo pode fechar o ano gastando com contratos por tempo determinado mais do que dispendeu em 2019. Inclinação não perceptível nos relatórios do primeiro e segundo quadrimestres
No comparativo publicado ontem, o governo gastou (pagou) até outubro o montante de R$ 512,1 milhões com contratos por tempo determinado. Ele tinha uma previsão inicial de R$ 329,3 milhões (no orçamento) mas elevou esta projeção para R$ 643 milhões (mais 313,8 milhões).
Ou seja: a dois meses do final do ano, o governo já tinha gasto com contratos por tempo determinado um valor superior aos R$ 522 milhões de todo o exercício de 2019, como registrado no Portal das Transparências desta sexta.
Como em outubro/2020 foram empenhados R$ 61 milhões para pagamento de salários de contratos por tempo determinado, a despesa nos contratos pode elevar-se em dezembro para R$ 634 milhões. Abaixo da projeção calibrada para o ano (e portanto com orçamento), mas 23% (R$ 121 milhões) acima do gasto em 2019.
Para uma inflação de 3,92% nos últimos doze meses.