Comentar pesquisas eleitorais é sempre difícil porque os estatísticos (e candidatos) sempre poderão dizer que é resultado das circunstâncias.

Espalha-se nas redes sociais Pesquisa Big-Data que dá a Janad Valcari 31% das intenções de voto (estimulada).E reduz os percentuais de Carlos Amastha (17%) e Eduardo Siqueira (18%). Eduardo, assim, teria ultrapassado a Amastha.

Um resultado surpreendente considerado que Amastha elegeu-se e reelegeu-se há seis anos, disputou Senado e governo e Eduardo foi prefeito há 32 anos, senador e deputados federal. E na última eleição que disputou (deputado/2018) teve 17 mil votos no Estado. 

A pesquisa (registrada) teria sido feita entre 23 e 25 de março. Estes dados são do cenário em que se coloca apenas os nomes de Janad, Amastha, Eduardo e Junior Geo. Uma ficção.

O empate técnico entre Amastha e Eduardo joga os dois contra si, diante da possibilidade de segundo turno. Como é óbvio, no primeiro turno o eleitor escolhe o seu candidato. E no segundo a tendência é votar contra o candidato que ganhou do seu.

Ou seja, no segundo turno, a manter-se os números do Big-Data (e a forma como os aliados da deputada os utilizam) emerge uma tática camicase no Partido Liberal dado que seria imponderável uma briga entre o eleitor de Eduardo e o de Amastha em favor de Janad.

De outro modo: o jogo do grupo de Janad para opor Eduardo a Amastha, muito explícito no número da pesquisa, pode ter soma negativa à candidata.

Só para efeito de raciocínio: o mesmo Big-Data fora contratado por um dos candidatos à prefeitura há um mês e entregue a pesquisa com números completamente diferentes.

Pelo pagamento, o instituto teria. entretanto, que fazer a pesquisa, registrar e publicar.

Como apurou o blog, Amastha, por exemplo, registrava 26% das intenções de votos. Aliás, percentual que, com pouca variação, era encontrado por outros institutos.

O Big-Data tinha como uma das obrigações, além de registrar, publicar a pesquisa. E até hoje, apesar do pagamento, não a publicou. Resultado: publicou agora outra pesquisa apontando Amastha com uma queda de nove pontos percentuais na Estimulada em um mês. Uma queda livre como uma pedra sob efeito da gravidade.

O pré-candidato poderia acionar judicialmente o contrato. E aí os prejuízos políticos poderiam ser maiores como a alegação de que seria contrário aos números porque desfavoráveis.

O registro de pesquisas deve apresentar informações sobre quem a contratou e quem pagou. Além do valor e origem dos recursos.

Agora, sobre os números e os pagamentos dos contratos, a Legislação eleitoral não cuida.

Ficam à mercê da classe política e dos empresários donos dos institutos de pesquisa.

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