O senador Ataíde de Oliveira em conversa ontem com este blog refutou a possibilidade de estar tratando os prefeitos e convencionais do PSDB com bucha de canhão. Defendeu o ex-senador que o Estatuto do PSDB permite vários candidatos e que os convencionais do PSDB seguem os Estatutos.

Confirmou que um grupo de empresários o estaria  incentivando a disputar a prefeitura e que estaria pensando em aceitar. Mas que se não for o vencedor na convenção e a prefeita quiser disputar, ele a apoiará já que é o presidente do partido.

É lógico que Ataídes tem o direito de se candidatar e os convencionais de escolher o candidato do partido. Aliás é o que reza os estatutos. No artigo de ontem (entendido pelo ex-senador no que lhe acresce), apontei sim que os delegados e prefeitos poderiam estar sendo usado como bucha de canhão. E também que a decisão fora democrática.

Uma comparação com o uso inadequado das circunstâncias já que a convocação era para a eleição do diretório e não para lançamento de pré-candidaturas porque candidaturas são assim tratadas como tal quando aprovadas nas convenções. Até lá são pré-candidaturas. Aí sim, os partidos podem ter quantas pré-candidaturas quiserem. Tanto Ataídes quanto Cínthia, o outro lado da questão por óbvia posição de prefeita em que a legislação lhe concede direito a tentar reeleição.

Candidaturas, não!!! É só uma!! É a lei. Nos governos militares, é que a ditadura criou mais de um candidato por partido. Isto não é legislação partidária. É eleitoral. Por aqui, em Porto Nacional, por exemplo, o prefeito Antônio Poincaré de Andrade (pai do atual presidente da Assembléia, Antônio Andrade) foi eleito por uma das Arenas, numa disputa entre Arena I, Arena II e Arena III.  Ou seja, três candidaturas da Arena contra uma do MDB, que, dividido, depois desistiu e apoiou Poincaré. Hoje não!!!

Ataídes também esgrime o Estatuto para refutar intervenção estadual pela nacional. "Intervenção não é constitucional", apontou o ex-senador. Ora, neste ponto aí, todos os Estatutos de praticamente todos os partidos rezam justamente o contrário: a preponderância da Executiva nacional sobre as demais. E por que: partidos não são entes municipais ou estaduais. São federais!!!

Não existe o PSDB do Tocantins. Existe o PSDB com diretório no Tocantins!!! Por isto, a nacional é soberana. E isto não é defesa de intervenção em diretório nenhum. É a lei. Evidente que uma intervenção requereria motivos como um descumprimento, por exemplo, de uma orientação ou normativa nacional. E o partido já teria se posicionado internamente por apoiar os candidatos à reeleição. Não se está falando apenas de Cínthia.

Não precisa ir muito longe: o ex-deputado federal Junior Coimbra teve quase 100% dos votos de uma democrática convenção do PMDB (cumpriu o estatuto em todas as exigências, ali no auditório da Assembléia) para ser o candidato do partido ao governo do Estado em 2014.

A Executiva nacional interveio e impôs a candidatura de Marcelo Miranda: a suposição de que Coimbra poderia levar o PMDB para o siqueirismo quando na verdade internamente a questão era outra: Coimbra não cumprira acordo interno de paridade. E olha que Coimbra, então, tinha o apoio decisivo do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, que estava em franca campanha interna e externa para disputar a presidência da República. Deu no que deu.

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