O governo chamou coletiva de imprensa para esta tarde no Comando da PM. Assunto: apresentação das conclusões da investigação realizada por uma comissão do concurso da PM.
O concurso está suspenso pelo Tribunal de Contas, a Polícia Civil desabaratou uma quadrilha, 13 pessoas foram presas no Maranhão e Piauí e comprovou-se que 35 pessoas tiveram acesso antecipado aos gabaritos. Há inquéritos no Ministério Público.
Só aí é motivo suficiente para enterrar qualquer resultado de uma comissão da própria PM para investigar o concurso da PM!!! Não se está falando mais de problemas administrativos da empresa contratada para aplicar as provas ou de gestores/gestão: mas da prisão de uma quadrilha o que impõe, há muito, uma decisão de governo consequente: a anulação das provas!!!
De forma que a coletiva, em meio ao barulho das promoções que o governo está querendo fazer na PM contra os próprios militares que não querem ser promovidos sem receber o valor correspondente, segue o método recorrente: uso de propaganda diversionista para encobrir situações. As pessoas (foram cerca de 100 mil os participantes do concurso) passam a se preocupar com a comissão do concurso da PM e deixam de lado o absurdo das promoções da PM.
No que interessa, onze tenentes-coronéis, por exemplo, serão promovidos a coronel e ficarão dois anos com o salário de tenente-coronel. O PM que for promovido no domingo e quiser ir para a reserva remunerada (aposentadoria) na segunda (cerca de 400 dos 4 mil promovíveis) terá que aguardar 24 meses para fazê-lo se quiserem os salários correspondentes da ativa.
Nos quartéis já é esperada uma reação à medida: ações na Justiça. Ou seja: o governo terá praticado uma decisão contraditória, aberto uma briga com os possíveis beneficiados e com os outros 30 mil servidores que, com o mesmo direito, tiveram suas promoções e progressões suspensas por dois anos.
Uma decisão estupidamente inteligente.