Ela instiga, entretanto, a refletirmos que o interesse particular e pessoal de um deputado, de comandar um orçamento de R$ 249 milhões e ter prerrogativa de influenciar na agenda da execução de outro mais amplo de R$10,2 bilhões do governo, não deveriam estar linkados apenas nas motivações pessoais paroquiais voláteis ou de vaidades tão incontidas quanto explícitas. Deveria, por certo, ligar-se, por conexão direta, com as necessidades do cidadão (contribuinte ou não) que delegou-lhe representação. Seria, assim, natural que o deputado estivesse, agora, a refletir sobre quais projetos teriam os pretendentes ao cargo que contemplassem, no seu dia-a-dia, aquele que entregou-lhe a procuração. É o ponto em que deveriam convergir eleito e eleitor. E não simplesmente na cooptação de apoios com vistas a cargos, como os deputados gastam o recesso alongado em duas semanas, em conversas sobre divisão de poder. Dando prioridade a uma nova eleição, agora interpares, quando o Estado está paralisado por falta de orçamento cuja votação foi sobrestada por eles próprios. Uma disfunção anacrônica sistêmica não só estadual. Daí é forçoso reconhecer, por dedução, que o mesmo objeto que deveria aproximar deputados e a população, é o mesmo que os repele um a outro. Ou seja: os deputados  tem, pelo voto popular, a prerrogativa de escolher o presidente do Legislativo mas o fazem seguindo seus próprios princípios, à margem do que pensa a população que os elegeu.