Esse diretor do HGP é uma piada. Em tese, ele já deveria ter sido demitido do cargo naquele episódio (denunciado por outro médico) de dificuldades para atendimento de um paciente no HGP na sua especialidade. Ou ter recebido uma reprimenda do Conselho Regional de Medicina.
Defender que médicos trabalhem sem contrato (como vai no Jornal do Tocantins deste sábado) é o cúmulo da sabujice sem prejuízo do raciocínio de que opera, a tese, para jogar a população contra os profissionais que não toparem trabalhar sem contrato.
O médico-diretor pode até, com a proposta indecente, demonstrar ao seu chefe (o governador) que defenderia o governo com a propositura e fosse, por isto, merecedor de continuar no cargo no novo governo. Mas, na verdade, joga contra.
Concorre, com efeito, paradoxalmente, para empurrar o governo no fosso das ilegalidades que já comete (propositadamente ou não) não só na saúde. De outro modo: na sua função administrativa, o médico diretor do HGP estaria, na verdade, dando uma péssima assessoria ao governo, dada a flagrante ilegalidade da "idéia".
No popular, o governo Mauro Carlesse tem nove meses. O diretor do HGP já teria, portanto, informações suficientes para determinar as necessidades do HGP e informar ao seu chefe que não poderia demitir os médicos sem a ocorrência de transtornos à população e aos pacientes. Única finalidade de sua função e pela qual é muito bem remunerado. A paralisação dos serviços pelas demissões, como se nota, tem sua parcela de contribuição na omissão.
De qualquer forma, o governo anunciou ontem a recondução de parcela dos médicos. Deixando o diretor do HGP com a brocha nas mãos. E sem a mínimas condições de liderar um corpo clínico daquela dimensão, como bem o demostra a proposta aos profissionais (já sacrificados no HPG por falta de condições de trabalho e de atendimento) para trabalharem de graça, acreditando num suposto contrato futuro.
