O governador Mauro Carlesse é, com pouca margem de erro, um out-sider. Conseguiu em menos de quatro anos eleger-se deputado estadual, presidente do Legislativo e governador por duas eleições consecutivas.

Desbancando políticos que disputam mandatos desde a criação do Estado com um partido nanico e pouco prazo para arregimentar lideranças. Não é pouca coisa.

Natural que se faça correlação de eventos e a partir disso inferir-se causações mesmo que resulte em falsas conclusões já que nem sempre uma coisa é causa da outra.

A condição de out-sider, com efeito, sugere que o Governador não tenha compromisso politico que não com suas próprias propostas, alienadas de conteúdos programáticos partidários.

Dado que tivesse sido eleito menos pelas propostas que tivesse buscado na população ou dela auscultado que por seus ativos pessoais ai inclusa sua estrutura financeira.

O alinhamento dos demais partidos e lideranças formando um todo homogêneo a projeto orientado por estes parâmetros sem uma discussão com a sociedade e desprovido do contraditório político, pode redundar em prejuízos a própria sociedade política, a partir da consequente conclusão de que partidos políticos fossem desnecessários no que concerne à representação.

E que poderia ser mais legítimo como producente serem substituídos diretamente pela sociedade organizada, através das entidades e movimentos do chamado terceiro setor. Na prática, a democracia popular substituindo a democracia representativa pela omissão e desvios da sociedade política. Ou seja: a população mais que demitindo os deputados, eliminando a função legislativa.

Daí representar uma distorção os partidos organizarem-se entre si não pela adequação de propostas ideológicas e partidárias que expõem aos eleitores quando lhes pedem o voto. Mas por interesses não combinados com a população, como é o caso do atraso no orçamento, da PEC dos Procuradores, da extinção da RedeSat, de aumento de endividamento para lama asfáltica ou do escandaloso número de contratações sem licitação, com prejuízos incalculáveis para os cofres públicos.

Nada mais eloquente que o partido do governador leve o nome de Partido Humanista e Social (PHS) e o Estado permaneça dispondo à população de condições mais que desumanas na saúde, na contrariedade de recursos que projeta em 2019 para atividades meio do governo: cabides de empregos como é o que ocorre na nova Governadoria onde quatro secretarias burocráticas são contempladas com pouco mais de R$ 600 milhões só para salários de servidores.

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