O ex-prefeito Carlos Amastha acusou o golpe: em postagem numa rede social na manhã desta quinta informou a seus seguidores que a prefeita de Palmas, Cínthia Ribeiro, teria rompido com o grupo que a elegeu. Não precisa esforço: declaração de guerra.

Causa: a não participação do PSB na reforma administrativa que Cínthia pretende fazer. O PSB não teria sido convidado a integrar o secretariado. Conclusão óbvia: Amastha está a esgrimir que Cínthia não aplicou o toma-lá-dá-cá. Paradoxalmente, ponto para a prefeita. Até porque o PSB não tem feito nada a seu favor na Câmara.

Como na publicação Amastha explica que o seu sonho era a continuidade de políticas públicas que fizessem de Palmas "a melhor cidade do mundo" e que ele continuaria sonhando com isto, deduz-se que Cínthia desejaria o contrário ao não convidá-lo: a não continuidade de políticas públicas em favor do cidadão.

Só para Amastha convergiriam os dons da virtude, ficando os vícios para Cínthia. De outro modo: Cínthia só desejaria o bem e seria símbolo de virtuose caso sonhasse não o seu sonho, mas o sonho de Amastha.

Ora, ora. Não faz duas semanas, Carlos Amastha amplificou reunião com Ataídes de Oliveira (presidente do PSDB que ameaça não conceder legenda a Cínthia) e o vereador Thiago Andrino, considerado o favorito de Amastha para disputar a prefeitura pelo PSB. Ou seja: sonharia o mesmo sonho. De Amastha e não de Cínthia que tem direito à reeleição. Amastha, não!

Amastha, como é notório, recebeu do PSDB (por força do cargo de vice da atual prefeita), tempo de tv, rádio, estrutura, militância e fundo partidário fundamentais na sua reeleição pelo PSB que não tinha qualquer base eleitoral.

Cínthia está há um ano na Prefeitura e, se quisesse fazer oposição (e romper) com Amastha, poderia abrir os dados dos inúmeros processos contra as administrações do ex-prefeito na Justiça Federal e Estadual. Motivos não lhe faltam.Passada a eleição de 2018, a prefeita tem sofrido ataques diários de ex-auxiliares de Amastha, ainda muito ligados ao ex-prefeito.

O Ministério apura inclusive denúncias apócrifas contra Cínthia que teriam sido protocoladas no MPE por um ex-auxiliar bem próximo do ex-prefeito, que teria sido flagrado por um Policial Militar. Cínthia poderia vir a público denunciar o caso. Mas calou-se. Tudo aí de conhecimento da classe política.

É claro que politicamente, Cínthia poderia engolir isto tudo em favor de um entendimento. Mas para tanto, seria necessário certamente mostrar quem tem o poder político e re-significar a relação. Acordo e não rendição.

Amastha ainda se movimenta como se fosse chefe (que já não era no mandato mas achava que fosse) de Cínthia. Está sendo levado a processar que não é.

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Ponto Cartesiano

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