A confirmação oficial do comando PTB regional ao deputado Antônio Andrade (presidente do Legislativo estadual) seguiu a lógica. Andrade é um político em ascensão, Dimas (que detinha o controle do partido) em declínio.
E que se note: o prefeito de Araguaína estava sem partido desde que deixou o PR. Fato que provoca, no mínimo, a dedução de que o PTB lhe bastaria mais como feudo (patrimônio) do que como partido de cuja ideologia e programa fosse partidário.
Partidos hoje em dia são mercadoria. Se Antônio Andrade aumenta musculatura política.
Dimas terá que buscar um partido para chamar de seu.
Dos grandes partidos, não terá o PR (Vicentinho Alves), PDT (Kátia Abreu), Democratas (Mauro Carlesse/Dorinha Seabra), PTB (Antônio Andrade), PSB (Carlos Amastha), PP (Lázaro Botelho), Solidariedade (Vilmar do Detran/Eduardo Gomes), MDB (Marcelo Miranda/Dulce Miranda/Eduardo Gomes) e PSDB (Ataídes Oliveira) – PT nem pensar. Pode ter chance no PSDB. Ali também tem pedras. Se pode convencer Ataídes a refluir de seu projeto, Cínthia Ribeiro e Laurez Moreira não abrirão mão do protagonismo em seu favor.
Dimas, como é possível notar, equivocou-se novamente nos seus movimentos políticos este
ano com o PTB (que poderia ser o seu partido). Como em 2017, quando iniciou reuniões com vistas à sucessão estadual à revelia de Vicentinho Alves que deixou o barco correr (escrevi sobre isto aqui), assumindo um protagonismo que era do presidente regional, receoso de criar mais problemas à legenda.
Vicentinho deu-lhe corda e ele, a priori, amarelou. Mesmo depois de ter elaborado alianças com prefeitos das maiores cidades, ficou duas semanas para dizer que era, sim, candidato ao governo. Depois de Vicentinho anunciá-lo como tal. E depois deixou a candidatura.
Apoiou Mauro Carlesse na suplementar mesmo mantendo conversas com Kátia Abreu. A Senadora teria se sentido traída. Nas eleições normais, deu um cangapé no candidato ao Senado de sua chapa, então deputado federal César Hallun (responsável pelos recursos de sua maior obra, a Via-Lago) e apoiou o candidato oposicionista ao Palácio Araguaia, Irajá Abreu, com o argumento de compromisso com Kátia que não dera na eleição suplementar quando a Senadora disputou o governo.
Um desperdício, dado o relevante trabalho que tem feito na cidade de Araguaína nos últimos seis anos, tendo eleito o próprio filho deputado federal na primeira eleição que disputou no Estado. Mas tem muito tempo pela frente. Foi um exemplar deputado federal e sabe como as coisas se movem. O problema é aceitar a lógica política e o sentido dos compromissos.
Terá, agora, que buscar novos espaços no grupo palaciano (que lhe é cada vez mais refratário desde a guinada a Irajá Abreu e agora na precipitação de sua campanha ao governo retirando o protagonismo do governador de comandar sua sucessão) ou aderir ao grupo que já começa a se formar entre o PT, PSB, PSD e PR que já tem também candidatos em plena campanha como Irajá Abreu e Carlos Amastha. Todos, como Dima, querendo disputar o Palácio Araguaia.