Retomo o assunto por que de uma gravidade extrema. Ainda que, vez ou outra se repita sem a devida compreensão de suas consequências.

A abordagem à prefeita Cíntia Ribeiro assume, a cada tentativa de explicação do primeiro-tenente da PM, Cleyton Alen (Jornal do Tocantins deste sábado), motivações alienígenas às funções de polícia. E alienadas à atividade política para não se questionar o preparo ou despreparo do oficial que, em assim sendo, teria como lugar uma sala de treinamento ou um sofá de psicanalista. Nunca nas ruas com uma ponto 40 na cintura.

O militar (como aquele funcionário preguiçoso que todo patrão conhece) relatou que "tentaram" consultar a placa do carro e "não conseguiram". Como aquela secretaria que diz "estaremos tentando". Ou seja, na dúvida meteu bala, ainda que no sentido figurado  mas poderia, pelo comportamento, ter optado pelo literal,como é comum (não raro ilegal) em abordagens do gênero e grau.

Vejam bem: Cleyton Alen não é um militar qualquer. Exerceu função de confiança (foi presidente da Fundesportes).Cíntia antes de assumir o cargo de prefeita era uma vice atuante. Ou seja, teria condições de saber com que carro a prefeita se movimentava há pelo menos seis meses.

Mais não bastasse, poderia checar a placa que diz ter tentado e não conseguido. Fica a dúvida se não teria conseguido tentar. Ou tentado e não conseguido o que eliminaria o tentado, presente já no não conseguido, prevalecendo a tentativa. Mas não é obrigado a cometer a semântica correta.O problema é de outra natureza: se não conseguisse, nas suas tentativas policiais nas ruas, distinguir um bandido de um cidadão, atiraria assim mesmo?

O 190, entretanto, estaria funcionando para receber uma denúncia anônima (como estaria no relatório) de que uma Amarok teria repassado duas maletas de dinheiro a uma Triton prata, de placa não informada!!! Ou seja: Cleyton Alen estava atrás de dinheiro sujo que seria destinado, pela lógica (dada a abordagem feita ao veículo da prefeita), à campanha de Carlos Amastha, seu desafeto.  E vestido numa farda com um trezoitão na cintura.

Percebam!! Palmas tem câmera de segurança para tudo quando é lado. Assim como arapongas. A PM tem grupos especializados para tais ações. Mas optou o destino por entregá-la justamente a um ex-secretário de Carlos Amastha, candidato ao governo (hoje considerado seu opositor político) a abordagem da prefeita que o sucedeu e o apóia.

Imagino, cá com meus botões, a responsabilidade,até solitária, de dois ou três ocupantes de uma viatura numa operação de tamanha envergadura, que envolveria supostos milhões de reais  de dinheiro sujo, sem o conhecimento do Comando da PM. Bravos guerreiros, sem pedir apoios logísticos ou operacionais, afinal não sabiam a periculosidade dos supostos criminosos perseguidos.

Disse que não teria tido contato visual com a Chefe do Executivo (para dizer que não sabia que era ela), mas não explicou porque, depois dos guardas metropolitanos se identificarem (e à ocupante do veículo), continuou com a ação "descabida e constrangedora", como repudiou ao JTo o comandante da Guarda Metropolitana, Florisvaldo Leal.

Pior!!!! Se, ainda que identificados, permanecessem dúvidas e se apresentassem evidências de que no veículo estivesse o dinheiro sujo perseguido, as normas indicariam que devesse continuar a operação e revistasse o veículo e não a brecasse na admoestação, favorecendo a dedução de que fosse mesmo esse o objetivo, constatada a absoluta falta de causa para a operação no veículo da prefeita que, tudo indica, parece ter decepcionado os agentes políticos dela dependentes e,certo modo,impulsionadores.

Uma obviedade que essa operação, pela narrativa e personagens que nela se encontram, não foi obra do acaso ou de exercício constitucional correto da força policial.

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