Há crises diversas em curso. O governo federal pressiona governadores a reduzir o ICMS do combustível para que o preço caia nas bombas. Uma falácia adequada. A Petrobras, ato contínuo, decidiu esta semana aumentar novamente a gasolina e o diesel, apesar do ICMS nos Estados não ter sofrido alteração há anos.
A mesma imprensa nacional que divulga o emparedamento dos governos estaduais pelo Palácio do Planalto, jogando-se contra a população, revela que Jair Bolsonaro estaria desembarcando da cloroquina e do anti-vacina para a lucidez da ciência. Embebedando-se da política que renegou.
E então me vem à cabeça o óbito de um amigo dias atrás pelo Covid-19. Bolsonarista de primeira hora, como tantos outros, pouco mais de 50 anos, não sabia o que era ser de direita ou esquerda.
Comunismo, só que comiam criancinhas. Nas conversas que tínhamos até 2018, nunca passou o nome do Jair. Não por minha causa, por já conhecer sua história, mas pelo desconhecimento de sua parte quase apolítica. Mas era ferrenho defensor da democracia e de um país livre.
Só queria tirar o PT do governo porque acreditava que o partido estaria surrupiando os cofres públicos. E isto, evidentemente, só era possível pelo estado democrático que, se não tem uma régua que garanta sempre acertar, possibilita a correção do erro em nova eleição.
Desempregado, enxergava no antípoda petista a solução de seus males. Não discernia que talvez nem mesmo antípodas o fossem. (...)
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