Amélio Cayres (presidente do Legislativo) deu declarações esta semana aparentemente infelizes, mas com força de pressão.
Teria dado esta declaração na Unirg, como vai no PortalCT:
“Tocantins tem que virar está página – de criar instabilidade para tirar proveito político – e coube à Aleto a responsabilidade de fazê-lo, e o fiz. Mas o mesmo que o presidente Amélio que fez para o governador, o faria em qualquer circunstância. Ali não estava só o posto de governador, era uma situação pessoal. O Amélio não faria com Wanderlei, igual um amigo não faz o outro. Amigo não trai o outro. Amigo em porta tem milhares, em porta de hospitais são poucos”.
Primeiro: a instabilidade não foi criada por adversários que pudessem dela tirar proveito. E sim por aliados do governo Wanderlei (e outros dez deputados) que estão sendo investigados pela PF/PGR/STF.
Sem causa, não há efeito. Não foi a oposição que abriu inquéritos ou que é acusada de fazer “lambança” com o dinheiro público.
Segundo: Amélio não deveria “segurar” os pedidos de impeachment de Wanderlei “também” por “situação pessoal”.
E sim, tão somente, por respeito ao cargo de governador e ao seu próprio cargo de presidente de um poder (Legislativo).
A responsabilidade é tanta que a Constituição da República a coloca sob a vontade política do chefe do Legislativo que representa todos os eleitores do Estado.
E esta vontade concedida pela representação não pode ser exercida por interesse pessoal confessadamente expresso por Amélio.
Amélio, ao não pautar os pedidos de impeachment de Wanderlei, exerceu sua competência constitucional. As razões agora apresentadas por ele é que contaminam o movimento.
E que o próprio Amélio declina em forma de cobrança quando diz “amigo não trai o outro.”
O recado é direto.



