A oito dias do fim do exercício orçamentário, os gestores do Estado nas secretarias tem fundadas razões para mudar a forma de atuar nas contratações com recursos públicos.
Mas, sem qualquer indício mais consistente de alteração, a situação das contas públicas segue com receitas crescendo aritmeticamente e despesas em progressão geométrica.
Não seria despropositado, por isto, que os gestores exercessem maior prudência no sentido de evitar os desvios investigados pela Operação Overclean, que está vivinha da silva pulando na área.
Verdadeiros abusos com a pobreza do Estado. E tendo como janela de oportunidade um grupo de políticos ( da cúpula do União Brasil, para a PF) e empresários baianos, com gestores também do Tocantins.
Um deles: a Secretaria de Educação do Tocantins contratou por R$ 13,612 milhões em 2021 a empresa Larclean – Saúde Ambiental (governo Mauro Carlesse).
E qual era o serviço: dedetização,desratização, descupinização, desalojamento de morcegos e limpeza de caixas dágua. Pelo valor, a Educação nadava em ratos e baratas. E ainda conservava as caixas dágua.
Conforme o relatório da Superintendência da Polícia Federal da Bahia (a que o blog teve acesso) – encaminhado ao ministro Nunes Marques – seis meses após a contratação o governo do Tocantins fez um aditivo de R$ 3,2 milhões, passando o contrato para R$ 16,9 milhões.
De 2021 a 2024 (ainda conforme a PF), o governo aditivou (aumentou o valor) do contrato em R$ 59,2 milhões. Destes, R$ 45,6 milhões entre 2022 a 2024.
Conta de padaria: entre 2021 e 2024, a Secretaria da Educação do Tocantins teria torrado R$ 72,8 milhões matando ratos, baratas e cupins.
É apenas um inquérito. Há defesas em curso. Mas o prejuízo dos contratos é inequívoco. Assim como sua imoralidade financeira.
