A Cínthia Ribeiro que emerge do discurso de posse é uma política estadual. Não há como avaliar diferente na projeção de pretensão de integrar o Estado do Tocantins, estendendo a mão aos demais prefeitos para intercâmbios e consórcios. "Vamos permitir que crianças do interior mais longínquo possam conhecer a sua capital. Vamos fazer de Palmas um grande centro de compras regional e melhor passeio para os tocantinenses".
Cinthia tocou em assuntos melindrosos: Palmas não pode ser mais vítima da própria política, disse a prefeita no discurso. Sem citar nomes, termina por suscitar dúvidas até em aliados como o ex-governador Siqueira Campos (um dos homenageados no discurso de posse), criador da cidade e que elegeu o próprio filho, então deputado federal e hoje deputado estadual Eduardo Siqueira, primeiro prefeito eleito da Capital.
A prefeita não deixou de estocar o antecessor (e suposto criador) Carlos Amastha. Disse que recebeu a administração em abril de 2018 com 70% do orçamento já comprometidos. Teve que se virar nos trinta para, com os 30% de sobra, fechar o exercício no azul e não deixar a cidade (nem os servidores públicos) sem obras ou salários.
Cinthia pontuou para frente. Disse que a partir de agora a gestora não será avaliada apenas pela capacidade de realização, mas pela capacidade de unir uma cidade. Política pura. Sua capacidade da aglutinar, mobilizar e proteger os interesses públicos.
"Esta será a nova Cinthia Ribeiro. A Cínthia dos canteiro de obras que vocês já conheceram. Agora vão conhecer a Cínthia que estará nas feiras, nas ruas, nos centros comunitários, nas empresas, associações e sindicatos, ouvindo e unindo esta cidade".
Os políticos tradicionais do Estado que a aguardem: João Ribeiro em estado bruto. Com uma diferença: mulher e mãe. E com uma administração reconhecidamente competente no retrovisor.