A nota do MDB negando qualquer composição com a prefeita Cínthia Ribeiro era perfeitamente esperada. MDB e Cínthia tem os mesmos projetos e objetivos, o que os coloca em conflito. E político nenhum, em sã consciência, vai hipotecar apoio com tanta antecedência. Espera as abóboras se acomodarem na carroceria. O MDB pode até compor com Cíntha que possui mais expectativas (e possibilidades de poder) para o partido que uma candidatura solo emedebista. Mas é uma aliança que precisa ser maturada no MDB.  Ademais, se ainda assim não o fosse, não seria desta forma que se atrairia (ou se amplificaria) uma aliança com um partido do tamanho e história do MDB sem combinar com a direção partidária, como explícito na nota. Mesmo que apenas alimentando especulações. Um partido que já governou o Estado por quatro mandatos. E que tem, a priori, pelo menos dois potenciais candidatos a prefeito de Palmas: a deputada federal Dulce Miranda e o estadual Valdemar Junior. A prefeita não verbalizou nada, que se anote. Ocupa-se (e muito bem) de administrar a cidade. Há obras em todo canto. Evidente que não consegue unanimidade de avaliação. É do jogo. As especulações podem ter sido apenas movimentação de assessores políticos e aliados. Mas as avaliações vindas a público se não representariam o que Cínthia Ribeiro acreditasse, revelariam que o assunto integra a agenda da reeleição da prefeita e já seria objeto de esforço dos formuladores políticos da Chefe do Executivo metropolitano. E, pela nota do MDB, se desenvolveria de forma absurdamente amadora. Contamina as articulações que tem sido feitas pelo grupo da prefeita, com a formação de um arco de alianças político-´partidárias que,pela reação do ex-prefeito Carlos Amastha,  dele já prescinde. A reação do MDB (metropolitano e regional) atinge, por gravidade, por outro lado, ainda que passível de interpretações diversas, o senador Eduardo Gomes (MDB), que tem orientado a prefeita  quando lhe é permitido. O Senador tem dado substância política e legislativa à prefeita. Intuo que, pela experiência em cargo eletivo (um dos cem cabeças do Congresso não sem razão) não tenha alimentado a exposição de formulações certamente realçadas (e até sustentadas) pela indicação de pessoas de sua confiança para auxiliar a prefeita. Mas ele próprio Eduardo enfrenta uma guerra silenciosa no partido. O MDB, como é notório, vê no Senador ameaça à hegemonia dos autênticos (leia-se liderança de Marcelo Miranda onde gravitam) ainda que até agora tenham uma relação amistosa. Algo perfeitamente previsível por sua visibilidade no Congresso e influência nos Ministérios de Jair Bolsonaro de quem é um dos vice-líderes. E o MDB sempre foi o mesmo na forma e método. A questão aponta para problemas a bombordo e a estibordo que exigirão esforço político. A reação do MDB, nos termos e circunstâncias em que se coloca, tem também outro endereço certo. E ele não é a candidatura de Cínthia que no momento  não lhe concerne pois o partido já informou oficialmente que terá candidato próprio na Capital. E ele certamente não será Cínthia para, sob a observação do protagonismo feminino, tomar o lugar de Dulce Miranda na legenda. Nem o MDB nem Dulce aquiesceria, a priori, à renúncia. Mas política é feita de conversações e entendimentos. É a sua essência.

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Ponto Cartesiano

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