Os parlamentares fazem, hoje, homenagem a Carlos Marighela, em Brasília. Na Bahia o valente já é laureado com um museu, denominado de Museu da Resistência, construído pelo governo petista ao custo de R$ 200 mil. Marighela foi um dos mais sanguinários guerrilheiros que promoveu a luta armada no Brasil, com a Aliança Libertadora Nacional, da qual era o comandante, um dos grupos terroristas mais violentos que se tem notícia.
Marighela tinha pensamentos com este: O Brasil será o novo
Vietnã, declarados à revista francesa Action em 1.969. Na verdade, seguia o
ditador Mao Tsé-tung e Fidel Castro. No raciocínio, Marighela defendia que a
luta armada no Brasil faria os EUA entrar no jogo como no Vietnã. Como se sabe,
a guerra do Vietnã matou cerca de dois milhões de pessoas, a partir das
insanidades do Ho Chi Minh, para estabelecer um estado socialista (a República
Socialista do Vietnã Vietnã do Norte) e o movimento insurgente dos
nacionalistas e comunistas contra o Vietnã do Sul, para a unificação e implantação
do socialismo. Ho Chi Minh com o apoio da União Soviética e dos insurgentes; o Sul, com a ajuda dos EUA. Venceram os comunistas.
Curioso é a régua em vigor no Brasil. A Comissão da Verdade, instituída
pelo Governo, estabelece uma espécie de batalha contra a Lei de Anistia, com
objetivos claros de reescrevê-la, usando para isto os crimes praticados pelos
militares. De outro lado, os
parlamentares prestam homenagem a um terrorista que, com a sua ALN, não
titubeava em matar quem achava que devia eliminar. Que diferença existiria
entre os crimes dos guerrilheiros e aqueles dos militares?
Os guerrilheiros, é
sabido, não queriam democracia no país. Lutavam para implantar o socialismo
(que é uma ditadura de esquerda) para
substituir a ditadura militar.
Nos 21 anos de ditadura, há registros de 380 vítimas (dados
da própria Comissão de Famílias dos Mortos e Desaparecidos). Há registro de 119
mortes praticadas pelos guerrilheiros. Diferença básica: os mortos dos comunistas não são reverenciados. Aqueles da subversão são, como o próprio
Marighela, anistiados pelo governo no ano passado e cuja família tem uma pensão
vitalícia oficializada pelo atual ministro petista da Justiça, José Eduardo Cardoso.
Agora leiam o que escreveu o democrata Marighela no seu Manual do Guerrilheiro Urbano (1.969):
Execução é matar um espião norte-americano, um agente da ditadura,
um torturador da policia ou uma personalidade fascista no governo que está
envolvido em crimes e perseguições contra os patriotas, ou de um dedo-duro,
informante, agente policial, um provocador da policia.
Aqueles que vão à polícia por sua própria vontade fazer
denúncias e acusações, aqueles que suprem a polícia com pistas e informações e
apontam a gente, também devem ser executados quando são pegos pela guerrilha.
A execução é uma ação secreta na qual um número pequeno de
pessoas da guerrilha se encontram envolvidos. Em muitos casos, a execução
pode ser realizada por um franco atirador, paciente, sozinho e desconhecido, e
operando absolutamente secreto e a sangue frio.
O democrata defendia, como se nota, a execução sumária de quem não concordasse
com as suas ideias, com o seu projeto.
No
manualzinho tem mais, que até mesmo se enquadra no que estamos observando nas
manifestações no país nos últimos dias. Quer ver?
O
guerrilheiro urbano não teme desmantelar ou destruir o presente sistema econômico, político e social brasileiro, já que sua meta é ajudar ao
guerrilheiro rural e colaborar para a criação de um sistema totalmente novo e
uma estrutura revolucionária social e política, com as massas armadas no
poder.
A respeito dos sistemas de comunicações e de transportes do
inimigo, começando com o tráfego ferroviário, é necessário atacá-lo
sistematicamente com as armas de sabotagem.
As táticas de rua têm revelado um novo tipo de guerrilheiro urbano, o
guerrilheiro urbano que participa dos protestos em massa. Este é o tipo que
designaremos como o guerrilheiro urbano manifestante, que se une à multidão e
participa das marchas populares com fins específicos e definitivos.
Estes fins consistem em atirar pedras e projéteis de todo tipo,
utilizando gasolina para começar incêndios, utilizando a polícia como alvo para
suas armas de fogo, capturando as armas dos policiais, seqüestrando agentes do
inimigo e provocadores, disparar cuidadosamente aos chefes de polícia que vem
em carros especiais com placas falsas para não atrair a atenção.
Pois é.
Esse aí é o democrata Marighela homenageado. E aqui estamos nós numa democracia que só existe porque o seu projeto não deu certo.