Os diretores do hospital Osvaldo Cruz fizeram uma opção pela estratégia política para receber o que lhe deve o governo. Movimentam as redes sociais e agora empurram os empregados da instituição para manifestações públicas. Pode até já ter judicializado a cobrança, mas vai com força, mesmo, é no público.
Não é o que se pode considerar uma tática usual de um dos maiores hospitais do Estado e que não atende apenas pelo plano de saúde dos servidores. A forma sugere que o hospital acreditaria mais na luta política do que em ações de cobrança na Justiça.
Sim. A mobilização da sociedade pelo pagamento, por parte do poder público, de uma dívida particular não deixa de ser uma estratégia política para a consecução do fim buscado: a quitação das faturas.
O Osvaldo Cruz, com efeito, vinha tendo até aqui uma conduta técnica. O governo sempre lhes pagou atrasado e ainda assim era dos poucos que não suspendiam o atendimento dos funcionários públicos.
Chegou até mesmo a negar que o médico flagrado em conversa vazada apontando chantagem de auxiliares palacianos era seu diretor. Mudou a estratégia: vai às redes sociais com o mesmo viés antagonista dos áudios.
O Osvaldo Cruz vai atrás de um direito seu. Tem mais é que fazê-lo. Se prestou o serviço, o governo é obrigado a pagar-lhe. No caso específico, o governo apropria-se dos recursos pertencentes aos servidores e não os repassa aos prestadores de serviço que os atenderam. Uma conduta recorrente nos governos passível de ser enquadrada em apropriação indébita ou improbidade