O governo abre nesta terça a Agrotins. A estimativa de comercialização é relevante: R$ 500 milhões. Ainda que menor que os R$ 606 milhões de 2015. A previsão do governo deve ser fundamentada na crise econômica, mesmo que o governo federal tenha disponibilizado no país, para comercialização de máquinas, R$ 4 bilhões. E, recentemente, o BNDES tenha ampliado em mais R$ 300 milhões os recursos do Moderfrota, responsável pelo financiamento de máquinas agrícolas, maior parte da comercialização das feiras do gênero.
A feira é aberta um dia antes do lançamento do Plano Safra, do governo federal, previsto para amanhã, quarta-feira, pela ministra da Agricultura, senadora Kátia Abreu e presidente Dilma Roussef, quando espera-se o anúncio de recursos superiores aos R$ 187,7 bilhões de 2015 para a Safra de 2016/2017. São recursos que financiam 30% da produção brasileira, responsáveis pela alavancagem dos outros 70%. Ou seja, a perspectiva é positiva, tangenciando a crise política e econômica.
Uma obviedade que o crescimento da produtividade/produção no país (responsável por 30% da balança comercial que teve um superávit de R$ 4,8 bilhões em abril) é resultado da política agrícola. E nela exerce papel fundamental a taxa de juros utilizada pelas instituições financeiras federais nos empréstimos aos produtores. Enquanto no mercado a taxa está por volta de 15%, os produtores captam recursos entre 7,5% e 8,5%. O governo federal cobre a diferença com subvenções que alcançaram a R$ 780 milhões em 2015.
E qual é o busílis. Essa diferença aí, a chamada equalização, é um dos pilares que fundamenta o processo de impeachment de Dilma Roussef, que tem o apoio de setores do agronegócio. Ou seja, talvez se o governo não possibilitasse (de forma legal, diga-se, autorizado pelo Congresso) com a equalização empréstimos mais baratos aos produtores, não tivesse sendo acusada de crime de responsabilidade.
Essa mesma política agrícola que tem impulsionado a economia do Estado do Tocantins, de vocação eminentemente agropecuária. O que, pela lógica, levaria o governo a apoiá-la e não o contrário. Não só os grandes empresários do agronegócio, mas os pequenos produtores rurais e municípios eminentemente agrícolas. Para estes, Dilma Roussef entregou em cinco anos 60 mil máquinas. Número superior às 26 mil dos oito anos de FHC e as 37 mil dos oito anos de Lula. Muitas delas no Estado, como as 30 máquinas entregues a prefeitos no último final de semana.