É, deveras, repugnante a baixaria que tomou conta da campanha na reta final das eleições. E que se note: não é algo que surgiu da noite para o dia. Há mais de dois anos políticos/candidatos plantavam a atual situação, com o patrocínio escancarado de fake-news e grupos de zap. Este mesmo blog já foi vítima de tais ações criminosas.

Alguns, nem eram grupos: manejados por apenas uma pessoa que fazia uso de vários celulares como se fosse diversas. Aliás, desde o governo de Siqueira Campos, o expediente já era utilizado por políticos siqueiristas, de dentro das secretarias, para difamar adversários. Até mesmo servidores comissionados para a função. A moda se espalhou para outros órgãos e até na prefeitura da Capital.

A conexão que se fez, entretanto, de Carlos Amastha com os agiotas colombianos presos pela polícia, assim tratados como colombianos pelos próprios agentes de segurança, empresta razão ao ex-prefeito para ver na forma uma ação política da polícia e que o fake-news seria mera consequência de que o apontamento da cidadania tivesse sido a causa.

Evidente que existem agiotas colombianos, norte-americanos, brasileiros, alemães, transnacionais. Mas num Estado em que duas forças políticas disputam um governo, uma encabeçada por um brasileiro (que comanda a polícia) e outro por um colombiano, requeria prudência aos setores de segurança pública nos termos empregados. Até mesmo para se preservar de acusação de xenofobia que também é crime. Ou não cometer outro crime.

Ademais, as denúncias de agiotagem do gênero existem há muitos anos, especialmente nas cidades de Porto Nacional, Paraíso e Palmas. Facilmente identificáveis naqueles municípios porque escancaradas. A polícia só conseguiu desvendar na semana da eleição em que um colombiano disputa o governo do Estado. Pelo menos para a grande maioria da população vítima dos achaques, as eleições, neste caso, teriam, prevalecido o raciocínio, tido utilidade.

O governador Mauro Carlesse repudiou os fake-news. Com efeito, não creio que tivesse concordado (tivesse sido informado antecipadamente) com tal uso e comportamento de leviandades tão escancaradas contra adversários. Da mesma forma que Getúlio Vargas não tinha conhecimento do atentado contra Carlos Lacerda na Toneleros, comandado por um policial de sua guarda pessoal.

Mas os políticos (da polícia ou dela aliados) já tinham feito o estrago. Aliás, muitos aí viram o rosto quando se toca neste assunto: pode não ser o caso dos colombianos, a passionalidade de setores de segurança, especialmente em período eleitoral, quando se vêem como funcionários de governo (portando de partidos políticos) e não de Estado. Embora o salário seja bancado por todos os contribuintes de todos os partidos ou sem filiação partidária.

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