O governo do Estado não publicou o balanço do primeiro bimestre de 2019. Tem até a próxima semana, 30 de março, para fazê-lo.

É provável que os números não registrem enquadramento. O governo deixou de contabilizar despesas, acumulou receitas mas manteve, com pouca variação para baixo, os gastos com servidores.

Ou seja, as receitas acumuladas podem não ser suficientes para levar o Estado aos 49%, contra os 56,67% que registrou no terceiro quadrimestre de 2018, com o jeitinho dado pelo TCE, retirando (ilegalmente) determinadas despesas do enquadramento na LRF. E ainda tem as despesas represadas pela falta de orçamento.

No oficial, o governo gastou em 2018 um total de R$ 5,4 bilhões (despesa total de pessoal/transparência.to.gov.br de 31 de janeiro de 2019/77% da RCL) quando poderia ter gasto apenas R$ 3,4 bilhões/49%). Para enquadrar-se, teria que cortar, portanto, R$ 2 bilhões este ano. Só de salário. Dividindo por doze e multiplicando por quatro: R$ 666 milhões  no quadrimestre, só de salário do funcionalismo. Não faz nada por isso.

O viés, entretanto, é outro: Mauro Carlesse elevou as despesas de contratos por tempo determinado na ordem de 33% em relação a 2017 (R$ 490 milhões/2017 – R$ 653 milhões/2018).

Desnecessário ressaltar que os dados encaminhados pelo governo à Secretaria do Tesouro Nacional no dia 12 de fevereiro de 2019 registram um resultado orçamentário negativo da ordem de R$ 462 milhões do governo Mauro Carlesse em 2018. Gastou cerca de meio bilhão de reais a mais do que o orçamento autorizava. Contra os R$ 214,61 milhões positivos registrados pelo governo Marcelo Miranda em 2017.

Quer mais? O governo Mauro Carlesse registrou um crescimento negativo de 1% nas receitas correntes líquidas (apesar do superávit real do ICMS) mas aumentou em 7% as despesas com pessoal, quando IPCA do período registrava variação de meros 3,7%.

Ou seja: a Administração de Mauro Carlesse em 2018 foi pior que a de Marcelo Miranda em 2017. E este ano, tudo indica, a situação pode ser pior, a depender das medidas tomadas e não tomadas pelo governo.

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