O ex-prefeito Carlos Amastha reagiu de forma indignada na noite de ontem a este blog à divulgação de trechos de depoimento à Polícia Federal em Belém (PA) sobre as aplicações de R$ 50 milhões do Previpalmas.

"Deve ser a centésima vez que inventam alguma história para me atingir. Ainda não entenderam que não entrei para isto na política", falou o ex-prefeito a este blog, informando que iria tomar conhecimento do inquérito para ter um posicionamento.

Amastha creditou o depoimento a adversários políticos, aventando até mesmo a possibilidade de ser um depoimento fraudulento. Nos trechos a que este blog teve acesso, há uma variedade de citações sem, entretanto, demonstrar taxativamente o recebimento de valores indevidos por parte do ex-prefeito.

O raciocínio de Carlos Amastha é plausível. A Polícia Federal e Ministério Público Federal, não raro, tem feito uso de expedientes inadequados para fundamentar ações coercitivas, com cunho mais político que embasados em provas. A Operação Lava-Jato é um exemplo claro disto e que tem encontrado resistência em ministros do STF. Um deles: usar depoimentos ou declarações de acusados para prisões ou outras ações sem que apresentem provas das acusações.

Por aqui já há, com efeito, uma animosidade (ilegítima e por vezes ilegal) entre a PF e o ex-prefeito por força da resistência de Amastha e de suas declarações acerca de processos investigados pela PF e MPF. Amastha chegou a declarar que a PF devia-lhe desculpas. Não sem razão: transcorrido mais de ano, não há denúncias formais aceitas pela Justiça contra Amastha no caso daquela operação Nosostros. E os desgastes do ex-prefeito, do ponto de vista político, são imensuráveis.

No Tocantins tem-se, também, inúmeros exemplos. No mais recente, a PF prendeu, no ano passado, um médico (naquela operação dos desvios na cardiologia), Henrique Furtado, sob acusação (fundada numa conversa captada em escuta telefônica) de ter retirado um aparelho do HGP para sua clínica particular. Furtado ficou preso por dois dias e só foi liberado depois que apresentou a Nota Fiscal da compra do equipamento.

Acontecia, na verdade, o contrário: o HGP é que teria feito uso de seu equipamento particular. Furtado o havia recolhido depois do governo adquirir sua própria máquina. E ficou detido por 48 horas com tudo que isto possa significar de perdas, tanto profissionais como no âmbito familiar e pessoal.

 

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