O governo deu posse nesta semana os seus membros no Conselho do Igeprev. Com atraso de um ano. Na próxima semana, 9 de maio, o Conselho já terá novo mandato. Ou seja, o governo eliminou o ano de 2018 e, por conseguinte, a política de investimentos obrigatória no fundo que tem que ser aprovada pelo conselho.
E sem a participação dos membros do governo, o Igeprev ficou um exercício (2018) sem orçamento já que a política de investimento nada mais é que a peça orçamentária do instituto. Sem conselho, não se sabe como ficariam, do ponto de vista legal, as aplicações no ano passado.
Mas não é ponto. O governo federal extinguiu na MP 881 o fundo soberano do Brasil. Vai criar problemas nos fundos de previdência privada. No Igeprev fica tudo como está já que nem mesmo o fundo soberano os governos buscaram para proteger os recursos dos aposentados do Estado. Se tivessem cadastrado no FSB talvez se pudesse ter alguma chance de reaver a grana jogada fora.
O Conselho, portanto, toma posse com um abacaxi para descascar e sem o aval do governo que, pelo contrário, aumenta-lhe mês a mês o déficit. O Igeprev (balanço de dezembro de 2018) tinha aplicações de R$ 3,8 bilhões que lhes davam rendimentos mensais de R$ 31 milhões.
Como a folha de aposentados/pensionistas e servidores está na faixa dos R$ 100 milhões por mês, ele gasta os rendimentos mensais e mais R$ 70 milhões do capital para pagar aposentadorias e pensões. Um déficit, como se nota, de R$ 840 milhões ano. Nesta toada, em quatro anos e meio torrará seu ativo, caso o governo mantenha a inércia de não pagar as contribuições e incentivar aposentadorias.
Neste valor aí não estão contabilizadas as aplicações de R$1,2 bilhão nos fundos podres e que não tem mais volta e ninguém foi responsabilizado. Numa regra de três simples, o Igeprev estaria perdendo rendimentos (sobre o R$ 1,2 bilhão) da ordem de R$ 9,7 milhões ao mês, o que daria em sete anos (quando foram feitas) uma perda de rendimentos de R$ 931 milhões, elevando o prejuízo (somado o capital) para R$ 2,2 bilhões!!
Não é nada, não é nada!!! E governo deixa o Igeprev um ano sem conselho!!!
