O ex-prefeito Carlos Amastha, não raro tenta mudar realidades fazendo uso do ilusionismo.No exercício do cargo (e das verbas) fazia e desfazia, mas contava com um séquito a amplificar sua diatribes, quando não, ele próprio nas redes sociais. Democrático, mas um modo não muito chegado à ortodoxia política que se exige de líderes compromissados com a coisa pública.
Perguntado pelo portal OTocantins.com.br (material veiculado nesta segunda e no qual também decreta a morte política de Marcelo Miranda e Siqueira Campos) se poderia ser candidato no próximo ano a prefeito de Palmas, lhe é atribuída a seguinte resposta: "Não, não. Tem uma questão aí se quem teve dois mandatos pode ou não pode ser, eu renunciei e isso pode ser um impedimento."
Não há questão jurídica nenhuma. Não há dúvida nenhuma sobre seu impedimento. Amastha sugere uma possibilidade que não existe. E ele sabe disso. A reposta honesta era só uma: não posso me candidatar porque a Constituição não o permite. Sem essa de jogar dúvida onde não há. A colocação é só uma tentativa de ameaça ou chantagem política. Ele não pode se candidatar. E quem o diz é a Constituição Federal no artigo 14, parágrafo 5º.
§ 5º - O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período subsequente".
Ou seja, só pode ser reeleito para mais um mandato subsequente. E Amastha o foi em 2016. Só pode ser candidato agora em 2024!! Na sucessão do próximo prefeito eleito em 2020, quando terminaria seu mandato, do qual renunciou.
Amastha começa mal a campanha de 2020 do aliado Thiago Andrino, com possibilidade de colocar no balaio Ataides de Oliveira, do PSDB, também pré-candidato declarado. Pelo jeito quer fazer igual Lula com Fernando Haddad: manter-se como uma sombra de possível candidato (quando não pode) pairando sobre a candidatura. Ou: sobre as candidaturas que possa controlar com sua prosopopéia.