Os brasileiros estão decidindo neste domingo os destinos do país. Não resta a menor dúvida: será uma escolha entre uma ditadura e uma democracia. E o que o diz são as propostas (método e forma) dos dois candidatos.

Não observar a relação (suas causas e consequências) é, certamente, indício de problemas de cognição. Ver uma melancia e achar ser uma uva. Ou fazer xixi na pia e escovar os dentes no vaso sanitário.

Depois de tantos arroubos primitivos à semelhança do nazi-fascismo, um dos cérebros da candidatura de Jair Bolsonaro (e o próprio) deram ontem mais um passo rumo às trevas: informaram pessoalmente que vão combater o ativismo ideológico no país.

Não haveria maior revelação de autoritarismo que a intenção e controlar ideologias e o pensamento. Tem um quê de catarse, para o mal, um candidato eleger-se presidente de uma democracia, com tanto apoio popular quanto propostas reacionárias e arbitrárias, absurdamente defendidas como virtude democrática.

Concepções arbitrárias que pensava-se enterradas com a derrocada do regime militar de força que tomou de assalto o governo eleito em 64, baixou atos institucionais, acabou com o habeas corpus, fechou o Congresso, mandou prender, torturar e matar adversários políticos e limitou o Supremo Tribunal Federal.

Enquanto endividava o país com obras faraônicas, se entregava ao FMI, vendia patrimônio nacional, roubando os cofres públicos e que, hoje, eles próprios, se vangloriam de não terem praticado corrupção. Como se pudesse, no regime militar, fazer-se denúncias contra militares sem ser torturado e assassinado.

Um país maluco e ignorante, como avaliam dirigentes de outros países democráticos, que, depois de uma campanha "um sucesso de desaforos e primarismos ameaçadores", como bem apontou o jornalista Jânio de Freitas na Folha deste domingo, pode eleger um ex-capitão com folha corrida na própria corporação.  E com um rosário de propostas e intenções de fazer Stalin, Chaves, Mussolini ou Hitler se revirarem no túmulo.

Um candidato que prometeu, ele mesmo, metralhar os adversários e cujo filho, a maior votação de deputado federal no país, jactou-se de que para fechar o Supremo basta um soldado e um cabo, "sem desmerecer o soldado e o cabo".

Um país amalucado e atolado na ignorância.

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