A conclusão da polícia para a morte de três pessoas em Paraíso (e que teria polícia diz ter chegado em uma semana de investigação, teria demorado apresentá em face de exames de DNA nos corpos), ainda que se a tratasse como plausível (e é possível que tudo faça sentido) seria uma tese de roteiro cinematográfico de um realismo fantástico indiscutível. E que se note: não se está aqui a elaborar criticas aos policiais e nem desrespeitar o  sentimento da família..

Imaginemos: um rapaz mata o pai, persegue a mãe e também a mata. Deixa um chinelo na casa e pega um carro (vejam-bem, com apenas um chinelo que polícia identificou como dele pelo tamanho do pé e por ele ter deixado, lógico, no local do crime), empreende fuga, o carro cai num barranco. E o que ele faz: ao invés de continuar a fuga a pés, toca foco no carro e retorna à chácara (a pés) e só com pé de chinelo (o outro teria sido deixado no local dos crimes, lembram-se, na corrida para matar a mãe que tentava fugir).

Depois de percorrer cerca de 1 km (conforme a polícia) a pés (não consta que tenha pego carona) e sem uma sandália nos pés (tinha deixado no local do crime), ele se mata com uma corda no pescoço. Sem antes pensar em tocar fogo na casa, que os policias deduzem para não deixar pistas. Sequer culpa ou remorso quis deixar a supostos agressores psicológicos pelo gesto tresloucado.

Pela lógica da criminologia  psicológica forense, a demonstração do autor seria uma das próprias razões para os crimes idênticos. O que inviabilizaria, em tese, a formulação de não deixar pistas.

Antes de encontrar e amarrar corda na travessa e passar pelo pescoço, teve, evidentemente, que encontrar uma corda no lugar onde já estavam os corpos dos pais. Antes, porém, tem a iniciativa de pegar o botijão de gás e tacar fogo no colchão. A corda teria sido encontrada ao lado do corpo queimado e, segundo a polícia, com sinais de enforcamento.

Um assassino suicida preocupado em não deixar pistas!!! Pelo que se divulga, a polícia não teria enfrentado outras linhas de investigação (pelo menos não se tem conhecimento), já que esta conclusão teria sido fechada em uma semana. Há seis meses.

O problema é que a fundamentação da polícia, tudo indica, se dá fundada mais no lado psicológico (e apenas testemunhal) do suposto assassino/suicida do que na cena do crime.

Mesma linha, em tese, em oposição à psicologia: um assassino suicida em fuga certamente seria muito difícil pensar em detalhes do crime perfeito. Ainda mais para nada: já que ele não necessitaria de álibi algum depois de morto. Pior: se quisesse demonstrar sua revolta,  o faria melhor  não incinerando os corpos das vítimas e a própria identidade do autor para  mostrar quem porque.

Conclusão óbvia: se o Ministério Público não pedir mais, o caso se dará por encerrado. Se houver uma outra situação não investigada, um outro (ou provável) homicida poderá se dar por livre das grandes. E de investigação. Um suicida preocupado com o crime perfeito.

Deixe seu comentário:

Ponto Cartesiano

O vereador Josmundo (PL) – presidente da CPI da BRK – é um gaiato. Se não fosse pago pelo contribuinte para representá-lo no poder Legislativo, ser...

O ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Morais, negou neste sábado Reclamação da BRK contra a convocação do CEO da empresa, Ale...

A Executiva Nacional do PSB se reuniu em Brasília na manhã desta quinta-feira (11), na sede nacional do partido, para debater o quadro geral das ele...