É certo modo ingenuidade acreditar que o vice de Jair Bolsonaro, o general Mourão, seja um neófito e que tenha sido escolhido de forma aleatória. Militar como o candidato a presidente do PSL, o general está na chapa pelo que é. E não o contrário. Bolsonaro tinha  milhões de brasileiros civis para escolher como seu primeiro na linha de sucessão no Palácio do Planalto.

Uma chapa presidencial com dois militares simboliza algo diferente de uma chapa com um civil e um militar ou dois civis, num país que foi obrigado, sob armas, a aceitar um regime de exceção militar por três décadas. Governado por generais sem voto. Mas armados com o dinheiro do contribuinte.

É possível, pelos princípios militares, que exerça até mesmo ascendência sobre Bolsonaro. Militares de patente mais elevada continuam sendo valorizados pela tropa na reserva com o eram na ativa. Não que sejam educados e disciplinados para isto, mas pela própria inércia.

Daí quando se vê o capitão Bolsonaro dando um pito público no general Mourão por declarações que tenha feito, não é crível que o faça sem que fosse consentido ou planejado. Ou seja: um capitão dando um carão público num general. Sem bater continencia.

O caso da defesa do fim do 13º salário e da indenização de férias, assim como uma constituinte sem parlamentares, o aumento do número de ministros do STF e o auto-golpe defendidos pelo vice de Bolsonaro, são propostas incendiárias no país para que Mourão, vice candidato a presidente, os verbalizasse de modo solitário.

Apresenta-se, pela lógica, como uma forma de testar a reação da população acerca de temas que, de fato, tem em mente colocar na prática.

A psicologia ensina: nunca duvide que alguém que o ameaça de morte, não possa vir, de fato, a fazê-lo. A humanidade só existe pelo medo que a fez primeiro fazer uso da prudência. Depois, a providência.

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