O ex-prefeito Carlos Amastha sendo apresentado à normalidade dos sem-mandato. O Tribunal de Justiça de Santa Catarina manteve esta semana a decisão de um juiz de primeira instância (em mandado de segurança) que derrubava a intervenção da Executiva nacional do PSB no diretório regional e que colocava no comando do partido o ex-secretário da prefeitura de Palmas e ex-candidato a deputado federal Adir Gentil.

Motivo: não teria ficado comprovado, entendeu a desembargadora Simone Lucindo, em agravo de instrumento, que a decisão da Nacional, tomada em 24 de abril último, tenha atendido a exigências do aval de 60% do diretório nacional, como também havia avaliado o juiz de primeira instância.

O PSB é presidido nacionalmente há quase três décadas por Carlos Siqueira não sem explicação. É desprovido da lógica idealista de Miguel Arraes desde o início da década de 90 quando o entrevistei na Capital por ocasião da posse de Francisco Mossoró na presidência do PSB do Tocantins.

Foi sob sua direção, de Carlos Siqueira, que o PSB regional aderiu ( junto com o PV de José Luiz Penna) ao consórcio Investco no final dos anos 90 em troca de aluguel de carros para a obra no Estado. Os passivos ambientais da Hidrelétrica Luis Eduardo ainda hoje estão aí: macrófitas (não retiraram as árvores cortadas), animais deslocados do meio ambiente e um sem número de obrigações não cumpridas e que tiveram, certo modo, compreensão do Ministério Público Federal.

Adir Gentil, como é notório, é um dos braços de Carlos Amastha. O ex-prefeito nega que tenha influenciado na intervenção, mas a lógica política aponta para a sua influência, como presidente regional no Estado do Tocantins, ex-prefeito da Capital e ex-candidato ao governo, na sucessão do partido em Santa Catarina. Onde ainda tem laços empresariais e políticos.

Estado de onde pinçou parcela de seu secretariado. Com Adir, Amastha teria comando  do PSB em duas unidades da federação com os dois votos do Tocantins e os três de Santa Catarina no Diretório Nacional. E o PSB tem um potencial candidato a prefeito da Capital, o vereador Thiago Andrino, considerado uma das crias de Amastha. Cínthia Ribeiro criou asas e não deixou o PSDB pelo PSB.

Adir  ainda mantém em larga medida as funções de operador político do ex-prefeito. São explícitas suas movimentações junto a um grupo de vereadores da cidade. Auxiliares de Cínthia Ribeiro enxergam-no como o elemento que impulsionaria parte da resistência dos parlamentares a projetos da Chefe do Executivo para a cidade, exercitando, de modo recorrente, a partir da estratégia, confusão entre oposição política a adversidade a interesses públicos.

E Carlos Amastha ainda se encontra deslocado para a sucessão de 2020, prévia da estadual de 2022. Tem feito recuar seus aliados na oposição à prefeita por motivos óbvios: Cínthia não grudou no papel de vice escolhida para tapar buraco político. É, em um ano de mandato, a mais visível oportunidade de Amastha manter-se politicamente. No outra ponta, entretanto, o ex-prefeito parece seguir tecendo como é notório nessa intervenção no PSB em Santa Catarina para a assunção de seu ex-secretário. Um dos pilares na tática corrosiva de dificultar a administração da Capital.

 

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Ponto Cartesiano

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