O colunista Álvaro Valim, informa, hoje, na sua coluna Antena Ligada, do Jornal do Tocantins, que a equipe de comunicação do governo lançou na última segunda-feira, na rede social, o tag  #Tocantinsdeucerto. O objetivo, segundo o correto Valim, seria combater os efeitos negativos daquela matéria do Estadão, que nem mesmo demonstrou nada além do que os jornais/portais do Estado (inclusive o próprio JTo) já não tenham explorado, ainda que de forma seccionada, na medida de sua ocorrência. Desta forma, a ação do governo, assim colocada, mais desinforma que informa, na proporção que não desconstrói (por absoluta impossibilidade) os indicadores do governo federal,  no que conduz  a contradição aos fatos colocados pelo Estadão (fundados em números reais do IBGE) - tal como intenta a ação política governamental (na forma e conteúdo)  - a uma mera retórica chinfrin e politiqueira. Caso contrário, a ação mais producente (e normal) seria o Palácio contestar a reportagem em uma nota oficial ao jornal (e à população), demonstrando os equívocos estatísticos/numéricos que tivesse cometido a reportagem (e nela embasasse os conceitos deles advindos)  a utilizar o instrumento passional das redes.

E porque assim o faz? Ora, se prioriza o emocional ao racional,  explicita menos preocupação com os números que o impacto de sua amplificação. Ademais, uma superficial avaliação do conceito Tocantinsdeucerto (manejada por um governo como se dá)  remeteria, de imediato, à indagação: para quem? Aí sim o objeto a que se sujeitam os autores da campanha dado que o Tocantins, a priori, historicamente, como movimento, teria dado certo, pois foi criado depois de muita luta por uma Assembléia Nacional Constituinte.

Vê-se, assim, que o apelo  nas redes, como movimento, mostra-se contraditório no que termina expondo a estratégia como algo  manco, produto de ações impensadas e passionais, sem uma discussão que a antecedesse e que, patrocinada pelo poder público, deveria, antes, ser mais que obrigação uma reflexão anterior, por questões óbvias.

Racionalmente, como se nota na reportagem de o Estadão, o Tocantins realmente deu certo, sim!!!! O Estadão não informa que o Tocantins deu errado, que pudesse provocar uma reação inusitada e intempestiva, fundada no contraditório de que deu certo. Esse raciocínio é uma elocubração política ( até mesmo de assunção de  uma culpa)  e se funda em análises mais sociológicas que econômico/históricas. Ainda que, repito, não suporte o antagonismo numérico (que pudesse motivar o Tocantinsdeucerto/Tocantinsdeuerrado) e que, no caso, se apresenta mais como resultado de ação privada (que teria dado certo) do que política/publica no que não deixa de apresentar a natureza das ações e, especialmente, de quem não tivesse cumprido a sua parte.


Lá, na reportagem, está claro que a alta concentração de renda (dados reais e oficiais do crescimento do PIB) demonstra que parcela da população, mesmo que mínima, se deu bem. Para estes, lógico, o Tocantins tem dado certo sim!!!! Ou estes fariam parte do Tocantinsdeuerrado que se concluísse da reportagem? No Estadão, intui-se, o Tocantinsdeuerrado se infere do fracasso de distribuição do que deu certo,  o que leva, invariavelmente, o raciocínio para uma variante política. E aí o núcleo provedor da resposta governamental mais  política que técnica, como uma tentativa de afastar do Palácio responsabilidades - que não são apenas dos governantes atuais, como claro – mas que a eles atingem, sobremodo, circunstancialmente a um ano e pouco das eleições onde o governador pode candidatar-se à sucessão e o secretário político do governo tenta viabilizar-se à sucessão do próprio pai.

Vejam que o conceito levado pelo governo às redes sociais trata esse Tocantinsdeucerto (da imaginação oficial) como se apelasse a um movimento contrário ao Tocantinsdeuerrado, que o Estadão tivesse exposto. No caso, é forçoso concluir que o Tocantinsdeucerto oficial seria um conjunto harmônico, com os elementos do conjunto A (ricos) em união com aqueles do conjunto B (pobres). Os números do Estadão (e dos órgãos do governo federal) apresentam o contrário:Diferença. Um conjunto de elementos que pertencem a A e não pertencem a B. E aí emerge, por certo, a sua motivação: política. No que retorna à conclusão de que o governo age como se os números pudessem ser modificados com  um mero movimento nas redes, a exemplo do que se faz nas campanhas eleitorais.

Assim, mantém a inércia e, com ela, a  manutenção ideológica que expõe o Tocantinsdeuerrado, que atinge 206 mil pessoas no Estado que vive na extrema pobreza com R$ 42,00 no bolso para sobreviver por 30 dias: um real e 40 centavos por dia para cada cidadão tocantinense do Tocantins da linguagem oficial que dá certo,  para comer,beber, comprar remédio,se deslocar. Ou para aqueles 594 mil cidadãos do Tocantins que deu certo (que ganham de 1/4 a 1/2 mínimo). Ou seja,  por mês, R$ 84,50 (uma ração de R$ 2,80/dia) Teria, para estes, muito bem representados por essa família aí do Bico, na foto acima, o Tocantins dado certo à luz dos referenciais e paradigmas que se infere tenham fundamentado a tal campanha do Tocantinsdeucerto?

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