Marcelo Miranda se movimenta. Marcelo, não se pode negar, tem uma liga relevante com a população do Estado. Materializa a figura de um bom moço. E ele é, de fato, uma boa pessoa, bem educado e respeitoso. É um democrata.

Se perdeu porque não teve pulso para domar os instintos primitivos do irmão e do publicitário amigo do irmão, sobre os orçamentos públicos. Aliás, uma reação que lhes cobrava (desde o primeiro mandato de governador) os familiares que lhe eram mais próximos. Deixou o barco correr frouxo, não ouviu os conselhos certos e deu em duas cassações.

Não é lá um emedebista autêntico como caciques ortodoxos autênticos apregoam (foi eleito deputado estadual por três legislaturas pelo PFL e uma vez governador também pelo PFL, de 94 a 2006). Ou seja, sua origem é PFL (hoje Democratas e PSD).

Dos 25 anos de político mandato (de 94 a 2019), portanto, dez o conquistou na Arena!!! Para ser ortodoxo, só sendo submetido a uma purificação dos Deuses do Olimpo ou tenha sido abduzido por um ente de luz infinita. Não que seja impossível. Há quem acredite na metafísica e em abstrações.

Digo isto porque o MDB não se contenta apenas com o exercício de direito democrático de Marcelo Miranda. Ele prega, na forma como o expande, uma candidatura do ex-governador à presidência regional da legenda, como um ato de purificação do partido quando sua maior liderança partidária ´(que tem voto) é o senador Eduardo Gomes, oriundo, como Marcelo, do siqueirismo.

Há poucas dúvidas de que Marcelo não fosse o melhor nome para comandar essa espécie de expiação de que o MDB necessita. Ele próprio poderia ser o símbolo: viria a público pedir desculpas pelos equívocos, tanto na administração pública como no partido, e ressignificaria a relação com sua legenda e o eleitorado. Afinal, errar é da natureza humana. Pedir desculpas um sinal de dignidade e hombridade.

Mas não: o MDB ensaia a volta de Marcelo proclamando-se um grupo de puros querendo se afastar dos impuros. E pior: não há no horizonte emedebista estadual adversários que não eles próprios, os auto-denominados ortodoxos e autênticos.

Dias atrás em conversa sem reservas com este blog, o senador Eduardo Gomes dizia que não tinha interesse em presidir o MDB, tinha interlocução com Marcelo e sua prioridade seriam os problemas do Estado. Ou seja: até se quisesse presidí-lo teria dificuldades dadas as suas atividades no Senado.

Mas os ortodoxos, como templários do cerrado, já vestiram seus mantos brancos ornados pela cruz vermelha da cruzada contra qualquer ameaça à hegemonia do grupo.

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