O deputado Antônio Andrade pode selar nas próximas horas em Brasília sua filiação e comando do PTB regional. Aliados do presidente do Legislativo confirmam que o deputado vai ao DF esta semana encontrar-se com Roberto Jefferson e que este teria conversado por telefone com o parlamentar também esta semana refutando a possibilidade de retrocesso na decisão partidária.  O partido pode ter também o vice, Wanderley Barbosa, ainda sem partido para disputar a prefeitura da Capital já que o PHS não passou da cláusula de barreira. Sem fundo partidário e tempo de propaganda eleitoral.

Roberto Jefferson é Roberto Jefferson. Sua trajetória política sugere que tenderia a optar por um deputado em ascensão (segundo na linha de sucessão do governo), aliado do governador do que entregar o partido a um prefeito (sem partido depois de passar pelo PSDB e PR) já em campanha eleitoral em oposição ao governo que tem (aprovado os empréstimos da Caixa) R$ 583 milhões para destinar em obras nos municípios em  ano eleitoral.

A lógica indica que o Palácio Araguaia, observando os movimentos de Ronaldo Dimas (e eles são explícitos), tenha também entrado no jogo. O PTB vai receber neste e no próximo ano o equivalente a R$ 42 milhões de fundo partidário (R$ 21 milhões em 2019/TSE) - 2,26% do total - e deve ter no próximo ano algo próximo de 1" de tempo de propaganda eleitoral (reduziu sua bancada na Câmara pela metade no ano passado).

Ainda assim é um ativo considerável para cimentar a oposição. Óbvio que lançar uma campanha com quatro anos de antecedência como o faz Dimas tende a abreviar o governo do qual Dimas tenta demonstrar ser aliado, levando à conclusão de oponente exponencial. Antecipando, por conclusão, uma decisão política de governo.

Ronaldo Dimas, apesar do reconhecido trabalho que desenvolve na administração da segunda maior cidade do Estado,  senta numa encruzilhada. Está sem partido mas o filho  deputado federal é do Solidariedade, comandado pelo senador Eduardo Gomes pelas mãos de Vilmar do Detran. Gomes é,oficialmente, do MDB (que quer disputar o governo novamente com Marcelo Miranda), é aliado e criatura  de Siqueira Campos, faz o jogo de proximidade do Palácio e é também um dos possíveis candidatos ao governo em 2022. Terá que convencer o desconfiado por natureza Mauro Carlesse e o grupo palaciano.

Dimas ficará dois anos sem mandato entre 2020 e 2022. Na planície dependente do seu próprio esforço para ganhar musculatura e alavancar uma candidatura, depois do malogro da eleição suplementar do ano passado.  Antônio Andrade tem mais quatro anos de legislativo e a possibilidade concreta de se reeleger na presidência da Assembléia (hoje tem o apoio declarado de 22 deputados) e, com isto, pode assumir o governo na ocorrência de vacância do cargo, seja pela desincompatibilização do governador (para candidatar-se à Câmara ou Senado) ou do vice, num eventual êxito na sua disputa pela prefeitura da Capital, onde não enfrentará certamente facilidades.

Roberto Jefferson mudar de posição, dada essa conjuntura, teria que negar-se e à sua história e tino político. Ainda não está jogando pedra na lua.

 

 

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