A determinação do novo secretário de Segurança Pública, Cristiano Barbosa Sampaio, ontem a servidores mandando retirar a denominação de polícia civil do prédio da SSP porque a Secretaria de Segurança Pública não se resumiria a ela, dá demonstração da direção que dará à pasta e aos servidores no atendimento à população.
E, certamente, coloca na prática o que parece pensar o governador Mauro Carlesse sobre o assunto por derivação apontamento notado no discurso de posse quando declarou que não tem medo de pressão. Nele, por gravidade, o protagonismo buscado por delegados que, nos últimos anos, não se preocupavam mais com o discernimento de que fossem eminência parda determinando até a execução orçamentária da pasta, mas impunham sem desfaçatez serem o próprio comando da Secretaria de Segurança Pública, acima do Secretário e do próprio governo que o representa.
É provável que o Governador seja escrutinado em função dos inquéritos envolvendo deputados aliados e auxiliares. Mas por princípio, age de forma correta ao demonstrar que delegados, enquanto servidores, são subordinados a uma estrutura administrativa, ainda que a legislação não permita interferência política e administrativa em seus trabalhos.
Até porque a Secretaria de Segurança Pública não diz respeito, como é evidente, apenas à polícia civil que é, dela, apenas uma das pontas. No popular, o novo secretário deu um chega pra lá na tentativa dos delegados de controlar a Secretaria de Segurança Pública do Estado. E se isto se dá, melhor para a população que estava propensa a ficar sujeita a vontades de servidores públicos tendentes ao justiciamento, mesmo muito bem remunerados pelo poder público para simplesmente fazerem o seu trabalho dentro do que a lei permite. E não no que a lei apenas não nega.