Denúncias de assédio sexual e moral são fatos graves que exigem investigação e punição urgentes. O governo, entretanto, faz ouvidos de mercador às acusações de assédios tendo mulheres como vítimas no Corpo de Bombeiros. A Defensoria Pública pediu à Corregedoria da Polícia Militar o afastamento do Comandante do CB, ele próprio um dos acusados.

O relatório da defensora pública Francisca di Fátima Cardoso Costa (a que este blog teve acesso ontem) é arrasador no que explicita. Mulheres bombeiras com problemas psicológicos, pressionadas a não denunciar as agressões sexuais e morais de "saradões" pagos pelo poder público para fazer justamente o contrário. E sendo obrigadas por oficias de maior patente a aceitarem os abusos numa instituição onde não obedecer a hierarquia e as ordens tem consequência.

A tudo isto o governo assiste impávido. Fez até reuniões com as bombeiras para defender a instituição e, lógico, os acusados, dobrando a aposta no desrespeito à lei e na afirmação do porcochauvinismo militar, não só presente no CB. Ainda que se possa ressaltar a regra geral que, em absoluto, não seria praticante de desvios de natureza tão abominável e carregado de covardia.

Evidentemente que a Defensoria é apenas parte. Não é titular de denúncia pública. Representa as bombeiras. O titular da ação pública, o Ministério Público, ainda guarda obsequioso silêncio sobre o assunto que, como é notório, quanto mais demora investigar, mas oportuniza a defesa com o uso de pressões hierárquicas internas. O MPE já teria instaurado dois inquéritos (um inclusive por nepotismo do comandante do CB). Ainda assim, o acusado não foi afastado.

Governo e acusados devem estar aguardando uma reportagem da Rede Globo em nível nacional para darem-se conta da confusão em que se meteram. E da extensão da gravidade de denúncia de assédio moral e sexual a mulheres bombeiras que seriam praticadas por soldados e oficiais da corporação.

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